Servidores técnico-administrativos do Hospital de Clínicas (HC) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) poderão entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira. Tudo dependerá do resultado da assembléia da categoria marcada para as 10 horas, no prédio da Reitoria da UFPR, em Curitiba.
Segundo o diretor social do Sindicato dos Trabalhadores do Terceiro Grau Público em Curitiba, Região Metropolitana e Litoral (Sinditest), Antônio Aleixo, a maior probabilidade é a de que o indicativo de greve - aprovado no último dia 27 de junho - seja ratificado. "A greve deve sair com certeza", argumentou ele.
Os quase cinco mil servidores federais pedem uma reposição de 75,48% de perdas salariais durante os últimos sete anos, a contratação de pessoal técnico-administrativo, autonomia com democracia na universidade, um plano único de carreira e salários, a revisão da Medida Provisória nº2.150/39 que prevê gratificação para todos os servidores com exceção dos aposentados, defesa dos hospitais universitários e fim das discussões sobre a contratação de funcionários no regime CLT.
"O governo federal está deixando de investir na saúde. Ele quer deixar de pagar benefícios já adquiridos e contratar funcionários por um custo mais baixo", avaliou Aleixo.
Caso a greve seja aprovada pelos servidores, as atividades do Hospital de Clínicas não serão interrompidas todas de uma vez. A paralisação será gradual. "Não queremos trazer prejuízos para a população. Queremos apenas lutar por uma universidade pública, gratuita e com qualidade. Queremos ter dignidade", disse Ieda Neves de Almeida, uma das diretoras do sindicato.
O primeiro setor que deverá ser paralisado é o de transportes. No início serão mantidos os atendimentos aos pacientes já internados, os serviços ofertados exclusivamente pelo HC, transplantes e algumas emergências. Na UFPR, apenas os funcionários técnico-administrativos irão parar as atividades. Os professores apenas decidem se irão aderir ou não à greve no dia 2 de agosto.