Os servidores técnico-administrativos do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) permaneceram em greve apesar da decisão da 2ª Vara Federal de Curitiba de que a paralisação fosse encerrada. Eles definiram que só decidirão sobre o futuro da greve em uma assembléia geral marcada às 10 horas de terça-feira no hospital.
"O regimento interno dá prazo de 72 horas para convocação de assembléias. Não podemos decidir sozinhos. Precisamos que toda a categoria esteja reunida", afirmou Antonio Néris da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral (Sinditest).
Servidores federais se reuniram com o reitor da UFPR, Carlos Antunes dos Santos, e apresentaram um documento fazendo uma série de reivindicações. A principal delas foi a demissão imediata do diretor do HC, Luiz Carlos Sobânia. Os funcionários técnico-administrativos entenderam que apenas o reitor poderia entrar com um pedido de ilegitimidade da greve junto ao Ministério Público. "Isso para mim é insubordinação. O diretor do HC não pode interferir na administração da UFPR. Quem teria que fazer isso é o reitor", declarou.
No documento entregue ao reitor, os servidores pediram ainda a adoção imediata de ações jurídicas no sentido de cassar a liminar que entendeu que a paralisação prejudicava os usuários. No entanto, o Sinditest promete recorrer da liminar, tão logo seja notificado. Eles ainda querem a convocação imediata do conselho universitário para definir sobre possíveis punições aos grevistas.
A reunião entre Antunes e os servidores não pode ser acompanhada pela imprensa. O reitor disse apenas que irá reunir o conselho universitário na semana que vem para discutir o problema. No fim da tarde, uma nova reunião aconteceu entre sindicalista e grevistas.
A reportagem da Folha tentou entrar em contato com o diretor do HC, Luiz Carlos Sobânia, mas ele estava em um seminário em Porto Alegre (RS). A assessoria de imprensa do hospital apenas informou que o expediente era quase de normalidade. Apenas setores chaves, como o de laboratórios e UTI, faltaram funcionários. Mas previsão da direção é que todoo atendimento se normalize na segunda-feira.