A Comissão de Fiscalização e Controle do Senado Federal inicia na próxima quarta-feira, dia 14, a série de depoimentos na investigação da evasão de divisas e lavagem de dinheiro através do Banestado, extinto banco estatal do Paraná que foi vendido ao Banco Itaú, em outubro de 2000.
Composta por 17 senadores e presidida por Ney Suassuna (PMDB/PB), a comissão encaminhou requerimento dia 30 de abril através da senadora Ideli Salvati (PT/SC) convocando para depoimento os procuradores da República Luiz Francisco Souza, Raquel Branquinho e Valquíria Quixadá.
Também foram chamados a depor o ministro da Controladoria Geral da União, Waldir Pires de Souza; o diretor-geral do Departamento de Polícia Federal, Paulo Fernando da Costa Lacerda; o delegado da Polícia Federal (PF), José Francisco de Castilho Neto, e o perito Renato Barbosa.
Nesta primeira audiência, os senadores deverão ouvir os três procuradores.
''Indiscutivelmente, o Banestado foi o maior ralo do dinheiro público que a gente tem conhecimento. Com esses depoimentos vamos avaliar a necessidade de instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ou se continuamos com a comissão'', justificou Ideli, se referindo ao pedido de abertura da CPI do Banestado no Senado, proposto por ela, que tem 34 assinaturas.
''Tivemos um debate na bancada de que deveríamos aguardar o término das investigações feitas em Nova York, pela Polícia Federal'', complementou.
O delegado Castilho Neto e o perito Barbosa, voltaram dos Estados Unidos no último sábado, onde investigavam a movimentação financeira da agência norte-americana do Banestado.
''Quem sabe assim a gente consegue resgatar um pouco mais de credibilidade, após o episódio do grampo'', afirmou a senadora, se referindo ao arquivamento do processo de cassação do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL/BA), suspeito de ser o mandante das escutas ilegais na Bahia.
Além da investigação do Senado, a lavagem de dinheiro pelo Banestado de Nova York, estimada em mais de US$ 30 bilhões, também será alvo de uma força-tarefa formada pela Polícia Federal, Receita Federal, Procuradoria Geral da República e Advocacia Geral da União.
A força-tarefa, subordinada à Controladoria Geral da União, também terá o acompanhamento da senadora catarinense e dos senadores Dulciomar Costa (PTB/PA) e Antero Paes de Barros (PSDB/MT).