A valorização cultural dos povos indígenas é o grande desafio da Ação da Educação Escolar Indígena, que começou nesta segunda-feira em Curitiba. Os dois primeiros módulos, de um total de dez, vão trabalhar especificamente a fundamentação do currículo. Nas outras etapas, serão abordadas todas as áreas de conhecimento, inclusive o ensino bilingue, e as questões de planejamento e aprendizagem.
Cerca de 150 professores indígenas de todo Paraná estão participando do seminário, além 17 secretários municipais, consultores do Ministério da Educação e Cultura (MEC), funcionários de municípios com reservas indígenas e representantes dos núcleos regionais de ensino e da Fundação Nacional do Índio.
Segundo a consultora do MEC, Clélia Neri Cortes, o seminário tem como principal objetivo "sensibilizar os órgãos públicos sobre a importância de dar uma formação específica, diferenciada e intercultural aos professores indígenas". Ela diz que o novo enfoque da política nacional para a educação indígena é de reconhecer a diferença e valorizar sua cultura. "Toda sociedade passa por transformações. Não é porque o índio veste roupa de branco, que vai deixar de ser índio", argumenta.
O Paraná tem 27 escolas indígenas e cerca de 3 mil alunos das tribos Guarani e Caingangue matriculados em turmas de 1ª a 4ª séries e de 5ª a 8ª. O Estado tem 17 reservas indígenas, com uma população de 12 mil índios. Três mil são guaranis e 9 mil caingangues, o maior grupo do Brasil. O seminário promovido pela Secretaria Estadual da Educação e o Ministério da Educação vai até quinta-feira.