Paraná

Sem-terra ainda esperam lonas e alimentos

20 jul 2003 às 19:50

A Ouvidoria Agrária Nacional ainda está aguardando recursos para fornecer as lonas e alimentos para as famílias de sem-terra acampadas na área da empresa madeireira Araupel, em Quedas do Iguaçu (165 quilômetros a leste de Cascavel), e cumprir o acordo feito com integrantes do Movimento Sem-Terra (MST).

Os alimentos devem ser fornecidos pelo programa do governo federal Fome Zero, mas ainda não se sabe de onde os produtos serão transferidos.


Neste domingo, as famílias ainda aguardam o fornecimento do material para iniciarem a remoção do acampamento para outra parte da propriedade. A transferência também faz parte do acordo entre a Ouvidoria Agrária e o MST e depende do fornecimento dos produtos solicitados pelo movimento.


A ouvidora-adjunta da Ouvidoria Agrária Nacional, Maria de Oliveira, disse neste domingo, por telefone, à reportagem, que o material ainda não tinha sido liberado por falta de recursos.


Neste domingo, a Ouvidoria Agrária Nacional fazia um rastreamento para conseguir produtos alimentícios que já foram doados ao programa Fome Zero. Já as lonas devem ser compradas no início desta semana. Os recursos devem ser liberados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e a intermediação para aquisição do material deve ser feita pelo Incra do Paraná.


A entrega do material para as famílias e a remoção dos integrantes do MST está prevista para acontecer ao longo da semana. ''As negociações estão sendo pacíficas'', garantiu Maria de Oliveira.


Desde o último dia 12, cerca de 1,5 mil famílias estão acampadas nas propriedades da Arautel. Os líderes do MST exigem a desapropriação ou aquisição pelo governo federal de todas as áreas agriculturáveis da Fazenda Araupel, para assentar as famílias acampadas. O MST quer também o fonecimento de óleo diesel e sementes para que as famílias iniciem o cultivo de alimentos, além de pedirem infra-estrutura de saúde, educação e energia elétrica.

Ontem, depois de um momento de tensão, os sem-terra liberaram máquinas e equipamentos agrários que estavam retidos na área invadida. Segundo a Polícia Militar de Quedas do Iguaçu, depois da retirada dos equipamentos, o clima voltou a ficar tranquilo.


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