Medo, evasão e pouco rendimento escolar, ociosidade, cobrança de "pedágio" por gangues para que os alunos tenham acesso às escolas. Diante desta realidade em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba - município que apresenta os maiores índices de violência e criminalidade do Estado - professores das quatro escolas estaduais existentes na cidade reuniram-se com integrantes do poder público para discutirem mecanismo de contenção do problema.
"As quatro escolas possuem mais de seis mil alunos. Muitos deles deixaram de frequentar as aulas porque têm medo dos jovens que integram seis gangues e também estudam nas escolas. Estes jovens intimidam os colegas. Chegam a cobrar pedágio. Com isso, a evasão e o rendimento escolar estão sendo prejudicados", disse a professora Lirani Franco, do Colégio Estadual Jorge Andriguetto.
Segundo ela, a violência é decorrente do "inchaço" que o município sofreu nos últimos anos. "Fazenda Rio Grande foi a cidade do Estado que mais cresceu. Mas, a infra-estrutura continuou estagnada. O município não oferece emprego, nem áreas de lazer aos jovens. Por isso, eles ficam sem ocupação, na rua. Formam gangues, ingerem álcool e drogas", concluiu a professora.
Diante disso, professores e funcionários das escolas debateram e elaboraram junto com os Conselhos Municipais de Segrança Pública e da Criança e do Adolescente propostas de políticas públicas preventivas. "A intenção é fazer projetos conjuntos que incorporem os jovens à sociedade. Construindo praças esportivas, teatro, cinema, dando emprego a eles. Os jovens precisam de ocupação. Só assim deixarão de lado a prática criminosa", afirmou Lirane.
Pela manhã, houve o seminário: Educação e Segurança, Direito de Todos, com o intuito de fazer com que os participantes se aprofundassem sobre as causas que levam a violência. Participaram representantes do Colégio Décio Dossi, Anita Canet, Bayard Osna e Jorge Andiguetto.