Paraná

Secretários querem reduzir gastos com medicamentos

02 jul 2003 às 20:04

Os três estados da Região Sul - Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul- e São Paulo querem unir forças para reduzir os gastos com a compra de medicamentos, que consomem praticamente metade do orçamento destinado à saúde.

O alto custo dos remédios foi apontado como o principal problema na reunião com os secretários de saúde dos quatro estados, nesta quarta-feira, em Curitiba. Foi uma prévia para reunião nacional de secretários de saúde que acontece a semana que vem, em Aracaju (SE).


A idéia é estabelecer uma integração entre os estados para a compra conjunta de medicamentos, pressionando os laboratórios a baratearem os custos e, também, a praticarem preços uniformes. Outra proposta é uma espécie de intercâmbio dos medicamentos fabricados pelos próprios estados, ou seja, o Paraná comprar dos outros estados um medicamento que não produz e vice-versa.


''O que mais preocupa é que os preços dos medicamentos estão subindo de maneira assustadora'', disse o secretário do Rio Grande do Sul, Osmar Turra, lembrando que, em 1999, o gasto com remédios excepcionais e especiais era de R$ 19 milhões e, no ano passado, foi de R$ 60 milhões. No Paraná, segundo o secretário de Saúde, Cláudio Murilo Xavier, são gastos R$ 4 milhões por mês com medicamentos.


Os secretários também apontaram como problema comum entre os estados a dificuldade em aplicar o montante de recursos previstos em lei na área de saúde por conta dos orçamentos apertados. Este ano, o percentual estipulado é de 10,36% do orçamento global dos estados, devendo chegar a 12%, em 2004. O Paraná, segundo Xavier, com os recursos extras que podem engrossar em R$ 30 milhões o orçamento previsto (R$ 250 milhões), deve atingir cerca de 6%.


São Paulo é exceção. De acordo com o secretário de Saúde paulista, Luiz Roberto Barradas Barata, no ano passado, o estado já investiu os 10,6% e, este ano, vai atingir 11%, o que representa cerca R$ 4,1 bilhões. Ele explica que o fato de São Paulo manter uma rede hospitalar própria força o estado a investir mais na saúde.

O governador Roberto Requião (PMDB) apresentou aos secretários o sistema de regulação de consultas e internamentos implantado recentemente. O modelo agradou os estados vizinhos, que deverão copiar a idéia.


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