Paraná

Secretaria de Educação afasta diretor e professora de colégio de Cambé

31 out 2017 às 11:53

A Secretaria Estadual de Educação (Seed) afastou o diretor e a professora de Artes do Colégio Estadual Dom Geraldo Fernandes, em Cambé, em consequência da polêmica provocada por um trabalho escolar que abordava temas como aborto, suicídio e pedofilia envolvendo a Igreja. O afastamento foi determinado nesta terça-feira (31) e vale por 30 dias.

O afastamento ocorre enquanto o trabalho é investigado pelo Núcleo Regional de Educação (NRE) em um processo administrativo e pela Polícia Civil. A professora e o diretor devem ser ouvidos no NRE nesta quarta-feira (1º) e, em seguida, os alunos do 3º ano do Ensino Médio que fizeram os trabalhos também serão ouvidos.


A polêmica começou na sexta-feira (27), quando pais de alunos souberam e fotografaram os trabalhos e divulgaram as imagens nas redes sociais. Para eles, o trabalho incentiva as práticas. Nesta segunda (30), uma carta aberta à comunidade explicou o processo de ensino aprendizagem empregado e os objetivos acadêmicos do trabalho, que era de prevenção por meio de debates e reflexão.


A APP-Sindicato (que representa servidores da rede estadual de ensino) também divulgou nota na qual expressa preocupação com "a criminalização dos (as) professores (as) e da escola pública" e em apoio ao diretor e à professora. Leia abaixo a íntegra da nota.


"A APP- Londrina esteve nesta segunda-feira (30/10) pela manhã no Colégio Estadual Dom Geraldo Fernandes no município de Cambé. A visita foi realizada pelo Presidente Márcio André, e pelos Diretores Rogério Nunes da Silva e Sidney Paduan. Na ação os membros da direção reforçaram o apoio à professora e a comunidade escolar.


A APP- Londrina tem acompanhado com preocupação os fatos ocorridos na escola Dom Geraldo Fernandes. É importante destacar que esta não é a primeira ação desenvolvida direta ou indiretamente por grupos sensacionalistas e intolerantes, que sistematicamente procuram polemizar e descontextualizar as ações desenvolvidas nos espaços escolares.


A criminalização dos (as) professores (as) e da escola pública em nada contribui para o desenvolvimento do trabalho escolar. O denuncismo nas redes sociais e na imprensa objetiva apenas promover os interesses de alguns grupos políticos que no fundo não têm nenhum compromisso com a educação pública.

Reforçamos que a participação da sociedade e da família na formação das crianças, adolescentes e jovens é fundamental. Para tanto, é importante o envolvimento da comunidade escolar nos espaços de gestão democrática já existentes nas escolas públicas, tais como Associação de Pais e Mestres e Conselhos Escolares. E é neste espírito que a APP – Londrina vem a público declarar seu compromisso com a verdade e com a defesa da escola pública."


Continue lendo