Os tiros que atingiram o sargento da Polícia Militar durante a confusão no Tribunal de Pequenas Causas podem não ter sido disparados pelo segurança desempregado Pedro Gracindo da Silva e sim por um PM que fazia a guarda do local. A informação foi dada pelo próprio sargento Antônio José de Oliveira em depoimento dado nesta terça-feira no Centro de Operações Especiais (Cope).
Oliveira foi ferido na última quinta-feira, com dois tiros nas costas, quando tentava conter o vigilante desempregado, Pedro Graciano da Silva, que havia ferido três pessoas e fez outras três de reféns durante quase 12 horas no prédio da Tribunal.
Em seu depoimento, ficou claro que os tiros que o acertaram não vieram da arma do atirador. O Cope suspeita que os tiros vieram da arma de um policial militar que fazia a segurança do local.
Antônio contou à polícia que quando viu Graciano atirar na ex-mulher, Letícia Cristina Cunha e nos pais dela, Creuza Bessani Cunha e Benedito de Souza Cunha, tentou ajudar Benedito a conter Graciano, segurando-o pelas costas. Segundo ele, o atirador ficou com os dois braços imobilizados só tendo como atirar para cima. Consequentemente, os dois tiros que acertaram em suas costas não vieram da arma - calibre 32 - de Graciano.
O delegado do Cope, Vinícius Augustos de Carvalho, preferiu não divulgar o nome do policial suspeito de ter sido o autor dos disparos. "O policial prestará depoimento e somente após o resultado do laudo realizado pelo Instituto Médico Legal (IML), poderemos ter certeza da procedência dos disparos", explicou.
Pedro Graciano da Silva encontra-se desde a última sexta-feira no Complexo Médico Penal (manicômio judiciário), em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Ele está sendo submetido a exames psiquiátricos. O diretor do complexo, Ubiratan marcelos, não deu previsão de quando ficarão prontos os exames. Segundo ele, existem aproximadamente 350 pessoas, além de Graciano, que também necessitam de cuidados médicos.
Em nota oficial divulgada à imprensa, o Juizado declara que o incidente foi um fato isolado na história dos Juizados Especiais, pois alega que a segurança do local sempre foi motivo de preocupação da atual direção. Segundo esclarecimentos, ainda antes do incidente, a Casa Militar do Tribunal já havia sugerido reforços de segurança, com previsão de instalação de um detector de metais.