Quarenta e cinco mil alevinos de carpas foram lançados pela Sanepar na Barragem do Rio Iraí, em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba. Esta foi mais uma das medidas adotadas pela empresa para conter a proliferação de algas na barragem, que têm provocado mau cheiro e gosto estranho na água da represa, que abastece mais de 70% da população de Curitiba e região.
"As carpas funcionam como filtradores da água, pois digerem as algas liberando matéria orgânica", explicou o gerente de distribuição da Sanepar, Agenor Zarpelon. Disse, que quando as algas do tipo Microcystis, existentes na represa, se alimentam de nitrogênio e fosfato. Estes dois elementos são liberados no organimo destes vegetais, fazendo com que produzam a geosmina. É esta substância que tem provocado alterações de cheiro e gosto na água. "Em seis meses, o odor e gosto ruim da água desaparecerão, pois as carpas eliminarão a maioria das algas", afirmou.
De acordo com Zarpelon, a quantidade de geosmina existente na represa não é prejudicial à saúde da população. "Se a água digerida tiver quantidade superior a 17 miligramas da substância por litro de água, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a geosmina pode provocar problemas gastrointestinais, como diarréia e vômitos, mas não levaria à morte", explicou. De acordo com o gerente, na última análise feita na água. no dia 29 de junho, foram encontradas 8 mil células de algas por milímetro de água. "A barragem tem concentrado apenas de 50 a 100 nanogramas de geosmina por litro de água", disse.
A Estação de Tratamento do Iraí deve começar a operar a partir do início do ano que vem. Ela terá um sistema de flotação que servirá para eliminar as algas. "A flotação fará a compressão do oxigênio existente na água, jogando as algas para cima. Ao flutuarem, elas serão eliminadas por um raspador", completou. Desde o início do mês passado a Sanepar tem utilizado carvão ativado nas estações de tratamento do Tarumã e do Iguaçu, ambas em Curitiba, visando amenizar o problemas.