O trabalho dos salva-vidas voluntários no litoral do Estado teve início ontem pela manhã com uma aula inaugural SESC de Matinhos. Os voluntários civis são 87 estudantes do curso de Educação Física que foram pré-selecionados nas principais universidades do Paraná. Eles vão ajudar o Corpo de Bombeiros no atendimento aos banhistas em toda a orla do litoral paranaense. O projeto é inédito e esta é a primeira vez que as mulheres vão ajudar no trabalho de salvamento nas praias. Ao todo são 15 mulheres.
A partir de hoje, os voluntários estarão sendo treinados para o salvamento no mar e devem trabalhar ao lado dos bombeiros até o final da Operação Verão 2001, que será desenvolvida até a primeira semana de março. O treinamento começa hojem, mas eles só poderão fazer os atendimentos a partir da segunda quinzena de janeiro. O trabalho dos voluntários no litoral vai servir como estágio no currículo dos estudantes.
Nestas duas primeiras semanas, os salva-vidas civis devem acompanhar o dia-a-dia dos bombeiros nas praias mais movimentadas como Caiobá, Guaratuba, Matinhos, Ipanema e Praia de Leste. Só depois é que vão poder fazer o revezamento com os bombeiros. Os 87 estudantes vão fortalecer a equipe de 400 homens do Corpo de Bombeiros, que estará espalhada por todas as praias do Paraná.
"Pretendíamos montar uma equipe com 100 voluntários, mas o total de pessoas aptas para esse trabalho foi considerado bom pelo pioneirismo da idéia", disse o coronel Renê Witek, comandante do Corpo de Bombeiros, em entrevista à Folha na época da seleção dos candidatos. Um grupo de 300 pessoas participou dos testes de seleção.
As pessoas que atuarem como voluntárias nos bombeiros não terão nenhum vínculo com a entidade. Eles vão fazer cursos de abordagem e resgate, natação, mergulho, legislação e primeiros socorros. Os voluntários receberão alojamento, uniforme e alimentação.
A estudante de Direito Dyanne Padilha, 22 anos, que possui familiares ligados aos bombeiros considerou boa a idéia de voluntariado. Ela só lamenta o fato de a corporação ainda não aceitar mulheres em seus quadros efetivos. "Talvez por mimha família ser ligada aos bombeiros sempre tive vontade de atuar com a equipe e com esse projeto terei uma oportunidade", afirmou Dyanne, que anteriormente executou um trabalho voluntário no Hospital de Clínicas de Curitiba junto às crianças portadoras de leucemia.