O número de carros roubados no Paraná caiu 25% no ano passado em relação a 1999. Foram 14.665 roubos em 99 e 11.004 em 2000. A mesma redução foi sentida em Curitiba, que registrou 9.337 casos em 99 contra 6.957 no ano passado. Mas enquanto a Polícia Civil comemora essa queda nos índices, as seguradoras reclamam do pequeno número de veículos roubados que acaba sendo recuperado. Apenas 15% dos carros segurados e indenizados pelas seguradoras são recuperados.
Para o delegado-geral da polícia civil, Leonyl Ribeiro, o número de furtos e roubos de veículos teve uma queda significativa em função da "ação integrada das duas polícias e do combate aos desmanches". Essas operações foram realizadas, principalmente, entre os meses de abril e maio, durante as atividades da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico. A polícia começou fechando 12 desmanches de veículos em Curitiba, estendendo sua atuação para o restante do Estado.
Muitas empresas, segundo ele, tinham cadastro na polícia, mas não trabalhavam legalmente. A expectativa é que a Lei 13022/00, aprovada em dezembro na Assembléia Legislativa, consiga realmente estabelcer maior controle no comércio de peças usadas de carro. A lei prevê que as empresas se cadastrem junto ao Detran e obriga o registro da origem e destino de todos os veículos e peças usadas comercializados. A fiscalização será feita pela Receita Federal e pelas polícias Civil e Militar.
Segundo a polícia, com o fechamento dos desmanches, a rota dos veículos roubados e levados a outros estados ou mesmo para os países vizinhos apresentou algumas alterações. "Os ladrões estão sentindo dificuldades de vender as peças aqui no Estado e estão levando os carros para os desmanches de Santa Catarina, São Paulo ou mesmo para Paraguai", diz o delegado da Polícia Civil. A Polícia Rodoviária Federal registrou um aumento de 7% no número de recuperações de veículos em estradas. Em 1999 foram recuperados 88 veículos, contra 94 em 2000.
O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Seguro Privados e Capitalização do Paraná, Paulo Moll, explicou que a quantidade de roubos caiu durante o funcionamento da CPI. Outro problema, segundo ele, refere-se à pequena quantidade de carros recuperados. Entre os carros roubados e indenizados, só 15% acabam sendo recuperados depois que as seguradoras já pagaram aos clientes. Apenas 20% da frota, segundo ele, possui seguro.
Já o delegado Hormínio de Paula Lima Neto, da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba, acredita que o índice de recuperação seja bem maior. Ele calcula que cerca de 6 mil carros foram recuperados no ano passado, o correspondnte a cerca de 50% do total de roubos.