Ataque em Cambé
O Governo Federal vai liberar R$ 30 milhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para os projetos de expansão da Ferroeste. O aporte foi anunciado nesta sexta-feira (13), em Brasília, pelo presidente da empresa paranaense, Samuel Gomes, depois de reunião no Ministério dos Transportes. Os recursos serão usados na atualização dos projetos de engenharia do ramal que ligará o Mato Grosso do Sul ao Porto de Paranaguá e nos estudos ambientais dos novos ramais.
A pedido da Ferroeste, os recursos do PAC serão transferidos para o Exército Brasileiro, através da Valec - Engenharia, Construções e Ferrovias, empresa vinculada ao Ministério dos Transportes, responsável pela expansão das ferrovias federais. A Valec, que é sócia da Ferroeste, fará a supervisão dos trabalhos a serem realizados pelo Exército. "Para este acordo foi fundamental o espírito de colaboração da Valec e a boa vontade do Ministério dos Transportes", ressaltou Gomes.
O atual acordo é desdobramento de entendimentos iniciados em 25 de janeiro de 2008 na reunião entre a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e os governadores do Sul, no Palácio do Planalto. "Na ocasião", disse Gomes, "firmou-se uma aliança entre o Governo Federal e os governadores para consolidar os projetos de expansão da Ferroeste".
O secretário de Obras Públicas e Transportes do Mato Grosso do Sul, Edson Giroto, lembra que a partir daquela reunião a ministra passou a "se empenhar na liberação dos recursos". A ferrovia, segundo Giroto, "vai criar um corredor exportador desde o Centro-Oeste do país e Oeste do Paraná até o Porto de Paranaguá, saindo da rota do Porto de Santos, que está no limite".
Em entrevista a um jornal de Campo Grande (MS), em maio último, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou "a liberação de R$ 2,3 bilhões para a implantação de uma nova ferrovia ligando Maracaju a Cascavel, no Paraná" e o aporte de mais R$ 3 bilhões para complementar a ligação ferroviária do Mato Grosso do Sul com o Porto de Paranaguá.
EXÉRCITO
Sobre a participação do Exército no gerenciamento dos projetos, o secretário de Transportes do Estado, Rogério W. Tizzot, lembrou que trabalhou diretamente com a engenharia militar, entre 1991 e 1994, na construção da Ferroeste, quando era diretor-geral do DER (Departamento de Estradas de Rodagem). "Este acordo é muito bem-vindo, novamente com a participação do Exército", afirmou. "O projeto é importante não só para o Paraná, mas para o Brasil. Temos certeza que a presença do Exército virá engrandecer ainda mais uma obra que é de suma importância para a economia do país".
Para o presidente da Ferroeste, "a participação do Exército é histórica porque abre caminho para a engenharia militar brasileira retornar à construção de ferrovias". A última grande obra do Exército foi a da Ferroeste. "É o primeiro passo para que o Exército volte a cumprir o seu papel de protagonista na construção de ferrovias no Brasil", disse Gomes. Segundo ele, a engenharia do Exército vai gerir a construção de todos os novos ramais da Ferroeste (1365 km) e construir diretamente parte dos trechos. "O Exército e a Ferroeste já têm um plano de trabalho, que vem sendo elaborado há vários meses. Por isso, poderemos iniciar os trabalhos assim que os recursos sejam liberados", explicou Gomes.
A adesão do Exército ao projeto já havia sido manifestada pelo general de exército Ítalo Forte Avena, chefe do Departamento de Engenharia e Construção (DEC), em reuniões anteriores com o presidente da Ferroeste, quando o militar afirmou que encara a expansão da Ferroeste "como a obra principal do Exército".
A decisão de fazer os repasse de recursos do PAC para as obras da Ferroeste aconteceu depois de uma rodada de reuniões na quinta-feira (12) e hoje (13) entre o Ministério dos Transportes, a Casa Civil da Presidência, os governos do Paraná e Mato Grosso do Sul, a Valec, a Ferroeste e o Exército Brasileiro.
Participaram das reuniões na sede da Valec e no Ministério dos Transportes o secretário executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Oliveira Passos, o secretário dos Transportes do Paraná, Rogério Tizzot, os presidentes da Valec, Juquinha das Neves, e da Ferroeste, Samuel Gomes, e o coordenador dos projetos do PAC da Casa Civil, Marcelo Correia.
Também participaram da rodada de reuniões o diretor de Projetos da Valec, Fernando Castilho, e o general de divisão Paulo Komatsu, vice-chefe do DEC. Representando o governo do Mato Grosso do Sul, estavam presentes os engenheiros Marco Aurélio Pereira, secretário adjunto da Secretaria de Obras e Transportes, e Renato Giordano, superintendente de Projeto do Estado.