A restauração do Caminho de Itupava resgata o patrimônio arqueológico e ambiental do Paraná. "Antes deste trabalho, muitos trechos do Caminho tinham desaparecido. Além disso, o perigo causado pelo rio em dias de chuva era imenso. Nos trabalhos de restauração descobrimos 18 sítios arqueológicos, provando que o Caminho era imensamente utilizado. Além disso, foram construídas pontes onde havia perigo e as trilhas estão perfeitas", afirma Henrique Paulo Schimidlin, o ‘Vitamina’, um dos maiores conhecedores da Serra do Mar, ambientalista e integrante da Coordenadoria do Patrimônio Cultural da Secretaria da Cultura do Paraná.
Em 2006, o Programa Pró-Atlântica, desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos em parceria com o Banco Alemão KFW, iniciou a restauração de 16 dos 22 quilômetros do Caminho, com investimentos de R$ 900 mil. Até então, a última obra feita no trilha tinha sido o calçamento com pedras, no século XIX.
Segundo Vitamina, o trabalho de restauração do Caminho do Itupava, que incluiu a construção de seis pontes, foi uma obra complexa, devido à dificuldade de acesso e à necessidade de preservação arqueológica. Desde 1999 foram realizadas pesquisas e projetos para atingir o objetivo. "Entre 2000 e 2001, foi realizado o levantamento arqueológico, que apontou a existência de 16 locais com ruínas e recolheu 200 fragmentos e dezenas de peças inteiras, entre louças, vidros e metais de origem européia. Isso contribuiu para revelar mais precisamente as características culturais da sociedade paranaense da época", afirma Vitamina.
O Caminho do Itupava fica na Floresta Atlântica, que representa cerca de 80% da cobertura florestal remanescente do Paraná. Está entre as florestas com maior biodiversidade do planeta e é também uma das mais ameaçadas. Entre suas atrações estão figueiras com mais de 50 anos e samambaias centenárias, além de borboletas, bromélias e orquídeas que colorem a trilha.