O professor do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR), engenheiro civil Eduardo Felga Gobbi, alertou ontem que os efeitos do ciclone (que provocou a ressaca no fim de semana) ainda estão em atividade em alto mar. "Ele gerou uma série de ondas que ainda não chegaram no litoral", advertiu Gobbi, que tem mestrado e doutorado em Engenharia Oceânica.
Eduardo Gobbi explicou que esse fenômeno meteorológico formou-se próximo da costa paranaense. Ele acrescentou que o ciclone (provocado pelo encontro de frentes fria e quente) ganhou maior corpo por causa da influência da lua cheia. Além disso, o Oceano Atlântico estava nesta época do ano 1,5 grau mais quente que a média. "Essas coincidências e a ocupação irregular do litoral fizeram com que os efeitos fossem mais severos", disse.
Gobbi afirmou que outros ciclones devem se repetir durante o ano. Mas ressaltou que este fenômeno é normal e pode ser previsto com até três dias de antecedência. "O que aconteceu em Matinhos foi uma casualidade", destacou.
Para o professor da UFPR, existem maneiras para diminuir o impacto de ressacas como a de Matinhos. "Mas todas são muito caras", analisou. Uma das formas seria retirar os imóveis próximo da orla do mar, demolindo casas e recuperando a praia. A outra é ampliar o trecho de praia, colocando mais areia.