O governador Roberto Requião disse na manhã desta quarta-feira que vai determinar a intervenção do Estado nas praças de pedágio por 180 dias. O governador vai recomendar ao interventor a redução imediata de 50% no valor das tarifas.
Requião deu a declaração no momento em que se encaminhava para a entrada do Palácio Iguaçu para receber agricultores que participavam do movimento "Grito da Terra".
O governador disse que preferiu se antecipar à segunda e definitiva votação da encampação das concessionárias de pedágio, que será na tarde desta quarta-feira, na Assembléia Legislativa.
Segundo ele, tomou a decisão da intervenção porque existia, em relação ao pedágio, uma "intranqüilidade social" e uma "ameaça ao patrimônio público". "Vamos retirar o MST das praças e assumir o pedágio por um prazo legal de 180 dias", declarou o governador.
Ontem, as seis mensagens referentes à encampação foram aprovadas com facilidade pelo governo, com 47 votos a favor e seis contra. Segundo o líder do governo na Assembléia, Ângelo Vanhoni, o mesmo é esperado para a segunda votação. Ele se declarou surpreso com a atitude de Requião.
O representante da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto, disse que a intervenção só é possível se for comprovada a "falta de regularidade na prestação do serviço". Segundo ele, as concessionárias pretendem entrar na Justiça se realmente ocorrer a intervenção.
A concessão das rodovias e a cobrança do pedágio começaram em junho de 1999 e, pelo contrato, vão até 2021. Segundo as concessionárias, em cinco anos de concessão, foram investidos R$ 1 bilhão em obras e arrecadados R$ 1,5 bilhão com o sistema de pedágio.
Até o final da manhã, das 26 praças de pedágio em todo o estado, 11 estavam ocupadas por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), seis delas com o trânsito de veículos total ou parcialmente interrompido.