A partir desta segunda-feira, as repartições estaduais voltam a funcionar em período integral. Há cerca de dois anos e meio os funcionários vêm cumprindo jornada de seis horas e meia ininterruptas em substituição à jornada anterior de oito horas, com intervalo para almoço.
O governador Roberto Requião (PMDB) determinou o retorno do expediente integral alegando que o meio expediente não reduziu gastos para o estado. Aos funcionários que não estiverem de acordo, Requião orientou para que peçam demissão.
No início do ano, o governador já havia determinado o horário integral para setores como segurança, saúde e educação, além do Palácio Iguaçu. Agora, passa a oficializar para todo o governo, informou a Agência de Notícias.
A medida surpreendeu os dirigentes sindicais do funcionalismo público, que consideraram a medida unilateral. ''Os sindicatos de servidores que o ajudaram a se eleger não foram chamados para discutir a medida'', disse Roberto de Andrade Silva, diretor do Sindi-Seab, que representa os funcionários da Secretaria de Estado da Agricultura, do Meio Ambiente, Fundepar e Imprensa Oficial.
Andrade Silva disse que é hora de se praticar a democracia participativa no Paraná, chamando ao diálogo os servidores. ''Chega de democracia representativa'', disparou. Além disso, o decreto do então governador Jaime Lerner (PFL) que resultou na adoção do meio expediente para o funcionalismo foi oferecido em troca da falta de revisão anual dos salários, que em agosto completou nove anos sem reajuste.
Outro diretor do Sindi-Seab, Heitor Raimundo, disse que cerca de 20% do funcionalismo arranjaram ''bicos'' para complementar salário enquanto outros estão estudando, já que o Estado não oferece programas de requalificação.