Apesar da estiagem prolongada dos últimos três meses e da forte onda de calor, o abastecimento de água continua normal na maioria das cidades do Paraná pela Sanepar. A exceção é a região Sudoeste, onde a falta de chuvas, além de prejudicar a agricultura, já reduziu drasticamente o nível dos rios e minas que abastecem as cidades.
A situação é tão grave que levou 26 municípios da Região Sudoeste a decretar estado de emergência. A informação é do Departamento de Economia Rural (Deral) de Francisco Beltrão, órgão ligado à Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab). Nessa região, os técnicos já foram a campo e estão tabulando as informações coletadas. A expectativa é que os dados sejam finalizados na próxima semana. Em todo o Estado, a seca já causa prejuízos de cerca de R$ 380 milhões. As culturas mais afetadas são o milho e a soja.
Até o momento, Pranchita, localizada a 100 quilômetros de Francisco Beltrão, é a cidade que apresenta a situação mais delicada. Para abastecer a população, a Sanepar leva água, através de tubulação, do sistema de Santo Antônio do Sudoeste. Em Flor da Serra do Sul, o Rio Palma Sola baixou cerca de 75%. Para a população não ficar sem água a empresa colocou em operação uma captação alternativa, no lago, que também já apresenta redução de 40%.
O Rio Siemens, que abastece Capanema e Planalto, e o Rio Santa Cruz, que atende a população de Nova Prata do Iguaçu, estão com o volume 70% abaixo do normal. Para abastecer estas cidades, a Sanepar colocou em operação a captação do Rio Cotegipe. Em Santa Izabel do Oeste, o Rio Anta Gorda e a mina que fornecem água para o abastecimento público estão com seu volume reduzido em 60% e 50% respectivamente.
Demais regiões
Na região Oeste houve redução no volume de água de alguns rios e minas, mas, por enquanto, nenhum sistema apresenta problemas no abastecimento. Em Foz do Iguaçu, Cascavel, Toledo, Guaíra e demais localidades, a situação está normal.
Em Londrina, também não existe o risco de racionamento. Mas em outras cidades da região Norte, como Curiúva, Assaí, Rancho Alegre e Jandaia do Sul pode haver racionamento se não chover nas próximas semanas.
Em Curitiba, as barragens do Irai, Piraquara e Passaúna estão no nível máximo, não havendo risco de desabastecimento. Mesmo assim, alguns bairros têm sofrido com a falta de água nos horários de maior pico. Já na Região Metropolitana, o aumento no consumo tem deixado algumas cidades em alerta, ocorrendo falta de água esporádica nos momentos de maior demanda. A redução na vazão dos poços do Karst tem provocado dificuldades no abastecimento de Almirante Tamandaré. A situação também está preocupante em Contenda, São Luís do Purunã, Bugre, Trigolândia e Vila Mota.
A região mais tranqüila é a Noroeste, onde os rios e poços responsáveis pelo abastecimento não tiveram redução significativa em suas vazões, evitando qualquer risco de desabastecimento. Nas cidades das regiões de Maringá, Paranavaí, Campo Mourão, Cianorte e Umuarama o abastecimento continua normal.
Informações da AEN