Estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) pararam a BR-116, por quase duas horas , como forma de chamar a atenção da população à greve de professores, funcionários e estudantes das universidades federais. O protesto fez parte da programação do Dia Nacional de Luta, que previa o fechamento de rodovias em todo País. O objetivo dos estudantes era pressionar o governo federal a abrir negociações com as categorias.
Em Curitiba, os estudantes saíram em passeata do Centro Politécnico, no bairro Jardim das Américas até o Km 98 da BR-116, em frente ao Hospital Erasto Gaertner. Usando pneus, eles bloquearam as três pistas da BR-116, entre as 10 horas e 11h30, o que causou engarrafamentos de cerca de sete quilômetros nos dois sentidos da rodovia.
Com faixas, carro de som e distribuindo panfletos, eles tentavam esclarecer a população sobre os motivos do movimento. Durante todo o tempo, o movimento foi acompanhado por um buzinaço de motoristas, que se dividiam entre opiniões favoráveis aos estudantes e outros, que não concordavam em ter que aguardar a abertura da estrada.
Os funcionários técnico-administrativos das faculdades estão em greve desde 27 de julho. Professores e alunos aderiram ao movimento a partir de 22 de agosto. O funcionalismo reivindica reposição salarial de 75,48% -índice acumulado há sete anos. Os estudantes da UFPR, por sua vez, reivindicam o fim das mensalidades nos cursos de especialização, fim das taxas cobradas pela universidade, mais verbas para a assistência estudantil, entre outros itens.
Hoje, os estudantes realizam assembléia, a partir das 9 horas, para avaliar o movimento e decidir a postura da categoria na reunião do Conselho Universitário, que será realizada em seguida. "Se os membros do Conselho voltarem a enrolar, como vêm fazendo, e negarem-se a atender nossas reivindicações, nós vamos ocupar o prédio da Reitoria", diz o assessor de imprensa do comando de greve dos estudantes, Nelson Echer.
O comando de greve dos estudantes da UFPR criticou a postura do governo Fernando Henrique Cardoso sobre a resistência em abrir negociações com os servidores. Caso o governo não volte atrás nesta posição, eles ameaçam realizar outros protestos semelhantes simultâneos em todo País.