Professores e servidores das escolas estaduais fazem nesta terça-feira manifestação em Curitiba por reajuste salarial e contra a proposta de abono do governo. Além de cobrar melhorias nos projetos de saúde e reivindicar reajuste de 91%, eles aproveitam o ato para protestar contra a Reforma da Previdência.
A concentração dos professores e funcionários terá início às 9 horas na Praça Santos Andrade, de onde seguirão até o Palácio Iguaçu. Os manifestantes têm audiência agendada com o vice-governador Orlando Pessuti para entregar a pauta de reivindicações. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) não descarta a possibilidade de o movimento terminar em greve.
A previsão inicial é de que 60% dos professores e funcionários não trabalhem amanhã no Estado. Em Londrina, a paralisação deve afetar aproximadamente 200 mil alunos de 140 escolas, em 20 municípios da região. A estimativa é do presidente da APP-Sindicato, Luís Martins de Lima. Segundo ele, cerca de 2.500 professores e funcionários deverão parar amanhã. Pelo menos 37 representantes da região viajam para Curitiba.
''A política de abono não condiz com a nossa realidade. Soa mais como esmola do que como reconhecimento pelo nosso mérito'', criticou Lima, referindo-se ao ao abono que varia de R$ 50,00 a R$ 150,00. Para o presidente, a categoria espera ''diálogo franco e uma contraproposta de reajuste, e não de abono, por parte do governo''.
Ele completou: ''Sem o estímulo salarial, o professor não pode se reciclar e não vai trabalhar à altura do que nossos alunos merecem.'' O último reajuste dos professores foi em agosto de 1995.
O vice-governador Orlando Pessuti disse que vai receber uma comissão dos manifestantes amanhã à tarde. ''Não conheço o conjunto de reivindicações. Só poderei dar uma declaração após o encontro'', declarou. A reportagem da Folha tentou contato com o secretário estadual da Educação, Maurício Requião, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.