O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou, no âmbito da Iniciativa BNDES Mata Atlântica, apoio no valor de R$ 11 milhões a três projetos de reflorestamento nos Estados do Paraná, São Paulo e Bahia, que irão recuperar, no total, 785 hectares do bioma. Os recursos são provenientes do BNDES Fundo Social.
Com mais essas ações, passam a onze as propostas aprovadas pela Iniciativa BNDES Mata Atlântica, que disponibiliza suporte financeiro não reembolsável a projetos de reflorestamento desse bioma ameaçado, um dos mais ricos em biodiversidade no Brasil. Confira, abaixo, detalhes das recentes aprovações.
Iniciativa Verde (PR/SP) – O projeto da OSCIP Iniciativa Verde, orçado em R$ 7,8 milhões, prevê cinco diferentes frentes de atuação, todas voltadas à recuperação de matas ciliares: 150 hectares no corredor do Rio Piqueri, no trecho que atravessa cinco municípios do Paraná; 100 hectares na bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, ao pé da Serra da Mantiqueira (SP); 75 hectares nas microbacias dos córregos Barreiro e Éden (SP); 50 hectares em propriedades rurais localizadas na Área de Proteção Ambiental São Francisco Xavier (SP); e 50 hectares em áreas de proteção permanente de córregos e nascentes às margens da Represa de Barra Bonita (SP). É estimado o uso de 700 mil mudas nativas.
Criada em janeiro de 2006, a Iniciativa Verde é uma instituição sem fins lucrativos dedicada a combater as mudanças climáticas ocasionadas pela ação do homem. Para isso, tem como ação prioritária a compensação de emissões de gases do efeito estufa pelo restauro florestal em áreas de proteção permanente de mata ciliar. Um de seus principais programas é o Carbon Free, que promove a compensação ambiental de eventos, produtos ou processos operacionais e industriais.
Akarui (SP) – A operação, no valor de R$ 1,5 milhão, destina-se à Akarui – Associação para Cultura, Meio Ambiente e Cidadania, que realizará o reflorestamento de 160 hectares em áreas de preservação permanente ciliares e na zona de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Mar, nos municípios de São Luís de Piratininga e Natividade da Serra, no norte do Estado de São Paulo.
Além de recuperar o bioma Mata Atlântica, o projeto representará uma opção de renda para a população local, por meio do repovoamento com palmeira juçara, cuja polpa é comercializada para uso em merendas escolares.
Constituída em 2003, a Akarui é uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, que atua na conservação da biodiversidade por meio da implantação de corredores ecológicos e da produção rural ecologicamente correta. Entre as iniciativas que já executou estão o Projeto Semeando Sustentabilidade e a Rede Juçara, ambas voltadas para o manejo sustentável da palmeira juçara.
Floresta Viva (BA) – A operação, no valor de R$ 1,7 milhão, terá como beneficiário o Instituto Floresta Viva (IFV). O projeto objetiva a recuperação florestal em uma porção do Parque Estadual da Serra do Conduru, na Bahia.
Criado em 1997 como medida compensatória pela construção da rodovia BA-001, o parque abriga em sua área a segunda maior biodiversidade do mundo, segundo estudo realizado pelo Jardim Botânico de Nova Iorque, em parceria com o Herbário da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (CEPLAC). Também está prevista a inclusão da população local, pela geração de renda advinda da produção de mudas.
Desmembramento do Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia, o Instituto Floresta Viva atua em programas de restauração florestal e desenvolvimento sustentável local na Área de Preservação Ambiental (APA) Itacaré/Serra Grande. Atualmente com 24 profissionais fixos, o IFV é membro executivo do Conselho Gestor do Parque Estadual da Serra do Conduru.