Não apareceram interessados em executar o projeto básico de engenharia para a primeira linha de metrô de Curitiba. O prazo para entrega de envelopes terminou nesta quinta-feira, véspera de feriado. Mas nenhuma das 44 empresas que compraram o edital de licitação apresentou proposta de execução do trabalho, para o qual a prefeitura pagaria até R$ 2,087 milhões. Agora, a administração municipal analisa que medidas serão tomadas para viabilizar a elaboração do projeto.
A ausência de propostas pegou de surpresa o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Augusto Canto Neto. ''Pelos menos dez firmas (que compraram o edital) teriam plenas condições para elaborar o projeto'', disse. Dos 44 escritórios de engenharia que adquiriram as regras da concorrência, 20 eram do Paraná, 18 de São Paulo, duas do Rio de Janeiro, uma de Minas Gerais e uma do Distrito Federal. Duas empresas espanholas também compraram o edital.
Para Canto Neto, o que causa mais estranheza é o fato de, durante o período para análise do edital, nenhuma empresa contestou o documento. ''Recebemos 39 indagações, sendo que 38 eram estritamente técnicas. O edital não foi contestado juridicamente'', afirmou.
O único questionamento, segundo o presidente do Ippuc, se referia ao prazo de 220 dias dado pelo órgão para que a empresa vencedora da licitação elaborasse o projeto. ''Uma empresa dizia que esse seria um tempo exíguo'', contou. Canto Neto descartou ainda que a ausência de propostas tenha relação com o valor oferecido pelo serviço.
O fracasso da concorrência pode complicar os planos da prefeitura. Ela pretendia ter o projeto básico pronto até junho de 2008 para, com isso, pleitear recursos federais que seriam liberados no ano seguinte.
Folha de Londrina