Funcionários da Secretaria Municipal da Criança, ligados ao programa Criança em Segurança, estão intensificando visitas aos mocós (casas abandonadas que servem de abrigo a meninos de rua e infratores) para a reintegração de moradores de rua às suas famílias. Diariamente, o programa atence entre 25 e 30 menores que vivem nas ruas de Curitiba. Durante o dia eles recebem alimentação e desenvolvem atividades. À noite eles dormem em abrigos do município. Muitos voltam às ruas depois do atendimento.
De Acordo com a gerente da área de risco da Secretaria, Rosângela de Bárbara Silva, a reintegração desses meninos é lenta e difícil. "Quando o menino está vivendo nas ruas, os laços familiares já não existem mais e fazer a reaproximação é difícil". As assistentes sociais da Secretaria da Criança têm cadastrados 40 mocós que servem de abrigo para os meninos de rua.
Durante a blitz, três menores foram encaminhados ao programa. Já havia outros dez na instituição. O programa existe há dois anos e meio. Só no mês de maio foram atendidos 140 moradores de rua com menos de 18 anos. Segundo o coordenador do programa, Estevão de Souza, muitos meninos são usados por maiores para o tráfico de drogas ou realização de pequenos furtos. "Isso é o que dificulta o acesso das assistentes sociais aos meninos", conta.
Dos menores moradores de rua, cerca de 30% é de meninas. "No caso das meninas, é muito mais difícil tirá-las das ruas, porque elas conseguem sobreviver com a prostituição e conseguem esmolas com mais facilidade", diz Souza. No ano passado, o programa Criança em Segurança conseguiu fazer 68 retornos às famílias de meninos de rua. O prazo médio reintegração desses meninos é de seis meses.