Os professores do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR) de Curitiba e Pato Branco acusam a direção das duas entidades de boicotar a paralisação prevista para acontecer nesta segunda-feira. O protesto acompanharia o movimento nacional dos docentes das Instituições Federais de Ensino contra o Anteprojeto de "Emprego Público" do Ministério da Educação (MEC).
"Em Pato Branco, a direção simplesmente decidiu decretar recesso escolar para evitar que os professores se manifestassem, e aqui em Curitiba todo material que foi colocado na escola sobre o movimento foi arrancado no final de semana", diz o vice-presidente do Sindicato dos Docentes do Cefet-PR (SindoCefet-PR), Edson Fagundes.
O chefe de gabinete da diretoria da unidade de Curitiba, Rodrigo Destefani, afirmou apenas que a adesão ao movimento foi muito pequena. "As aulas estão normais. Só um ou outro professor não compareceu e nem sabemos se foi por causa da paralisação", disse. Os docentes, entretanto, mantiveram seu calendário em Curitiba, com a discussão do projeto do MEC, realização de shows de professores e alunos durante a tarde e um ato público em frente ao colégio às 16 horas.
O movimento de ontem segue um calendário nacional, envolvendo professores das universidades, Cefets e escolas técnicas federais. Representantes dessas entidades estiveram nesta segunda-feira em Brasília para um ato público em frente ao MEC e entrega de um documento ao ministro posicionando-se contra ao projeto.
Segundo o professor aposentado da Universidade Federal do Praná (UFPR), Lafaiete Neves, o anteprojeto de Lei de "Emprego Público" pode ser votado no Congresso até o final deste ano. O projeto, segundo ele, traz consequências para a carreira, aposentadoria, trabalho acadêmico, pesquisa e extensão nas universidades.
Entre as principais críticas está a extinção gradual do atual regime de contratação dos professores - de Regime Jurídico Único - para o regime previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Com isso, os professores não teriam mais estabilidade. Outra consequência seria o fim da aposentadoria integral.
Segundo o SindoCefet-PR, outro desdobramento do anteprojeto do MEC seria a contratação de professores temporários e de professores conferencistas no regime de 12 horas semanais. "É um passo para acabar com a carreira do professor", diz Fagundes.