Paraná

Professores iniciam greve com passeata de protesto

27 set 2001 às 15:37

No primeiro dia da greve dos professores da rede estadual de ensino, em Curitiba a categoria dirigiu suas atividades em direção à Assembléia Legislativa. A intenção era solicitar aos deputados estaduais que intermediassem as negociações com o governo e convencê-los a derrubar o Decreto 4.313, da Secretaria de Educação, que trata do processo de escolha dos diretores nas escolas e suspender o Projeto 411/00, que extingue a carreira estatutária.

Os professores também queriam forçar uma negociação com o secretário estadual de Planejamento, Miguel Salomão, que foi à Assembléia apresentar a prestação de contas do governo.


Aproximadamente 1,5 mil professores e estudantes participaram das manifestações públicas. A categoria se reuniu na praça Santos Andrade, em frente à Universidade Federal do Paraná (UFPR) e seguiu em passeata até a Assembléia Legislativa. O secretário acabou não recebendo os professores. Mas em reunião com o presidente da Casa, deputado estadual Hermas Brandão (que está se filiando ao PSDB), os representanets dos professores entregaram a pauta de reivindicações da categoria, impressa em um pano vermelho com 30 metros de comprimento.


Também solicitaram a intermediação dos parlamentares nas negociações com o governo. Em seguida, em frente ao prédio da Assembléia, eles queimaram dois cartazes simbolizando os dois projetos que pretendem que sejam revogados.


Apesar de não conversar com a categoria, o secretário afirmou que o Estado seria irresponsável se concedesse um reajuste neste momento. "Primeiro temos que aguardar o resultado da privatização da Copel para ver que tipo de folga no orçamento teremos para os salários", disse, garantindo que a prioridade, em caso de folga orçamentária, será o reajuste dos servidores. Afirmou, ainda, que no orçamento de 2002, já deverão estar incluídos estudos com estes números.


Segundo a presidente do Núcleo Sindical de Curitiba e Região da APP-Sindicato, Maria Helena Guarezi, os professores estão indignados com a posição dos deputados no que se refere à votação dos projetos. Em reunião com os deputados no último dia 18, de acordo com ela, foi elaborado um projeto derrubando o Decreto 4.313, que regula a eleição de diretores nas escolas. O projeto teve a assinatura de 28 deputados, o que garantiria sua aprovação. Mas nas duas sessões em que iria à votação, nos dias 25 e 26, a bancada governista abandonou o plenário para não dar quórum.


Entre os deputados que assinaram o projeto, mas não permaneceram no plenário, estão Ricardo Chab (PTB), Luiz Carlos Alborguetti (PTB), Ricardo Maia (PSB) e Edno Guimarães (PSL). A próxima sessão para votação está marcada para segunda-feira.


Os professores reivindicam reajuste salarial de 50,03%, implantação de um plano de carreira, cargos e salários, adoção de hora-atividade de 20%, além da revogação do decreto da Secretaria de Educação sobre a escolha de diretores e a suspensão do projeto 411/00 que extingue a carreira estatutária.

A previsão dos organizadores do movimento era de que entre 30% a 40% da categoria tenha aderido à greve nas escolas de Curitiba e Região. Segundo Maria Helena, nesta sexta-feira, a prioridade será fazer um trabalho de convencimento nas escolas, conversando com os professores que ainda não paralisaram as atividades. Também será montada uma barraca na Boca Maldita, no centro de Curitiba, para esclarecer a população sobre o movimento.


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