A direção do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) deciciu, em assembléia na noite de quinta-feira, fazer uma greve de advertência no dia 8 de junho. Os professores municipais não concordam com o projeto de lei enviado pelo prefeito Cassio Taniguchi (PFL) à câmara municipal para criar o Plano de Cargos e Salários dos servidores.
"Tentamos negociar na comissão formada pelo prefeito, mas ele tem se mostrado muito despreocupado com as questões que envolvem os funcionários públicos", disse Devanir Maria Santos Cesar, diretora institucional do Sismmac.
Entre os problemas apontados pelos sindicalistas à proposta do plano de salários está a dificuldade de progressão na carreira. O projeto prevê um reajuste para os professores graduados e pós-graduados. Porém, ele estabelece que no máximo 100 servidores poderão ser reenquadrados, dependendo da disponibilidade de recursos no orçamento. "Se ficar assim, o prefeito poderá dizer que em determinado ano não tem Caixa e por isso não haverá reenquadramentos verticais na carreira."
O município de Curitiba tem 7 mil professores. Desses, cerca de 4 mil já têm curso superior. "Concordamos que haja um escalonamento das promoções para não inviabilizar as finanças públicas, mas isso pode ser feito em até cinco anos e não nos 70 anos que prevê a proposta do prefeito."
Se não houver uma reformulação da proposta de Taniguchi na Câmara, através de emendas, os professores ameaçam iniciar uma greve por tempo indeterminado. Além disso, o Sismmac também reivindica reajuste salarial de 4,38% referente à inflação dos últimos 12 meses, mas 14% das perdas históricas e os outros 10% prometidos por Taniguchi durante a campanha de 2000. "De todas as promessas feitas pelo prefeito no ano passado, até agora nada foi cumprido", completa.