Policiais civis do Paraná prenderam nesta terça-feira três pessoas acusadas de envolvimento e responsabilidade por duas mortes ocorridas em outubro na fazenda da empresa Syngenta Seeds, localizada em Santa Tereza do Oeste (PR), durante um confronto entre seguranças particulares e integrantes da Via Campesina.
De acordo com a promotora Fernanda Nagl Garcez, do Ministério Público de Cascavel, estão detidos o proprietário da empresa NF Segurança, Nerci de Freitas, e dois seguranças da mesma empresa, Alexandre Magno Winche Almeida e Alexandre de Jesus.
A pedido do Ministério Público, o juiz Juliano Nanuncio, da 1ª Vara Criminal de Cascavel, também decretou as prisões preventivas do segurança Rodrigo de Oliveira Ambrósio e dos trabalhadores rurais Celso Ribeiro Barbosa e Célia Aparecida Lourenço. Eles estão foragidos.
O tiroteio ocorrido em outubro resultou na morte do segurança Fábio Ferreira de Souza, da empresa NF Segurança, e do trabalhador rural Valmir Mota de Oliveira. Conhecido como Kenun, o trabalhador participava de um protesto contra a Syngenta, multinacional do ramo do agronegócio.
A advogada da empresa NF Segurança, Edineia Sicbneihler, contestou a prisão de Nerci de Freitas. Segundo ela, o empresário prestou todas as informações durante o processo de investigação.
No final da tarde, o movimento Via Campesina divulgou nota afirmando que "estranhamente os trabalhadores que foram vítimas do ataque surpresa da milícia armada da Syngenta estão sendo indiciados como suspeitos do crime".
Para o movimento, fica clara "a manipulação e inversão de papéis, onde os camponeses atacados estão sendo levianamente processados e acusados de violentos".
ABr