Paraná

Presos policiais de delegacia de Jaguariaíva

14 nov 2003 às 14:46

Dois policiais civis e dois funcionários da Prefeitura Municipal de Jaguariaíva, lotados na delegacia local, foram presos na última quinta-feira por policiais do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco), ligado à Promotoria de Investigação Criminal, por solicitação da Promotoria de Justiça da Comarca de Jaguariaíva.

O policial Valdemir Luiz Piva foi preso temporariamente e preventivamente, por peculato (desvio ou apropriação de bens por parte de funcionário público). Segundo investigações realizadas pela Promotoria local ele teria se apropriado do cartão bancário de um preso, que estava anexado em inquérito policial, e sacado R$ 400,00 no caixa eletrônico do banco.


Como o caixa tem câmera que registra imagens dos usuários, o policial pôde ser reconhecido. A camiseta que ele usava no momento do saque, com o emblema da Polícia Civil, foi apreendida na casa do policial, durante busca e apreensão que também resultou no recolhimento de munições para revólver calibre 45 e de uma espingarda.


O policial Carlos Gonzaga e os funcionários Juarez Ianoski e Erasmo (sobrenome não mencionado no pedido de prisão) foram presos temporariamente (por 30 dias, prorrogáveis por mais 30), até que sejam apuradas denúncias que chegaram ao MP local de que eles, juntamente com Piva, estariam envolvidos em casos de concussão (extorsão feita por funcionário público), corrupção passiva e tráfico de entorpecentes.


O MP está apurando denúncias de que maconha e bebidas estariam entrando na carceragem da delegacia e de que os presos podiam sair do local à noite. Um preso chegou a mostrar à Promotoria um resto de maconha que teria sido dada a ele por um outro preso, que seria o responsável pela distribuição da droga na carceragem, com o conhecimentos daqueles policiais e funcionários da delegacia.


Durante a busca e apreensão realizada ontem na cadeia não foram encontradas drogas, mas foram apreendidas armas brancas e garrafas plásticas com líquidos de cheiro forte que serão encaminhadas para perícia pelo Instituto de Criminalística em Ponta Grossa. Na busca feita na casa de Erasmo foi encontrado um receptor de ligações telefônicas.


A prisão temporária dos envolvidos foi pedida para que haja tempo de concluir as investigações, verificar se existem indícios suficientes dos crimes para oferecer denúncias e detectar qual o papel de cada envolvido nos crimes em tese praticados.


Juarez está preso na Cadeia Pública de Jaguariaíva e os demais foram encaminhados para Curitiba.


O ex-prefeito de Jaguariaíva Pedro Imar Prestes, também foi denunciado pelo Ministério Público, por desviar verbas públicas enquanto era prefeito, em 1988. Em julgamento realizado em 6 de novembro, cujo acórdão ainda não foi publicado, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça decidiu, por unanimidade, aumentar a pena do ex-prefeito de quatro anos e seis meses para 7 anos, um mês e 14 dias.

Prestes foi denunciado pelo Ministério Público e condenado por crime de responsabilidade, em decorrência de desvio de verbas públicas ocorrido em 1988, ano em que exercia o cargo de prefeito.


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