Os médicos acusados de utilizarem o abortivo Cytotec para adiantar partos, em São José dos Pinhais, foram presos na noite da última segunda-feira, em Curitiba. Eldo Ern e Cristina Cerniak também são acusados pelo Ministério Público de cobrar partos feitos pelo SUS.
Os dois estão presos na delegacia de São José dos Pinhais e aguardam para prestar depoimentos. A delegada Ana Cláudia Machado, designada pela Promotoria de Proteção à Saúde Pública para investigar o caso, aguarda o parecer de uma comissão médica sobre o efeito do Cytotec em casos de aborto.
Um recibo assinado pela médica, no valor de R$ 300, será usado como prova de cobrança ilegal. Também há a declaração de uma paciente, que afirma ter recebido um telefonema anônimo a ameaçando se falasse algo sobre a realização de abortos por parte da Dra. Cristina.
Além disso, constatou-se que, enquanto os outros médicos realizaram uma média de 9 partos por mês, Cristina teria feito 74 partos, e Ern, 43. Durante o processo investigatório, o MP descobriu mais de 400 requisições de Cytotec feitas pelos médicos. Em todas elas constava o nome da paciente, porém no prontuário médico, adulterado, não estava a informação do uso do medicamento.
De acordo com a Folha de Londrina, diversas mães depuseram no MP e na delegacia de São José e revelaram não saber que os médicos haviam feito a aplicação do medicamento nelas.
Um dos advogados de Ern e Cristina, Carlos Eduardo Ramos, afirmou que seus clientes estão muito abalados e, por isso, não irão conceder entrevistas. os advogados também não deve, se manifestar sobre o caso. Um pedido de habeas-corpus já foi impetrado no Tribunal de Justiça do Paraná e os advogados esperam que a decisão do TJ seja tomada até o final da tarde.