O programa Pintando a Liberdade começou a ser implantado nesta quarta-feira (7) na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), em uma parceria entre os Ministérios da Justiça e do Esporte. Com a iniciativa, a penitenciária será o primeiro presídio federal de segurança máxima a receber uma unidade de produção de bolas de futebol, que serão doadas a escolas públicas.
A idéia é possibilitar que os presos tenham uma ocupação e recebam capacitação profissional, assim como salário por produção. Além disso, pela legislação brasileira, os detentos que trabalham têm a pena reduzida em um dia a cada três trabalhados.
Segundo o diretor da penitenciária, Raimundo Hiroshi Kitanishi, atualmente a unidade prisional abriga 153 presos. "Entre eles, nesta primeira fase, foram selecionados 13 que serão treinados para fazer a costura manual de bolas, considerada a (parte) mais importante do processo. A idéia é que eles aprendam e se tornem multiplicadores dentro do presídio", explicou o diretor.
Na opinião de Kitanishi, atividades de ressocialização são importantes para manter o clima de tranqüilidade em um espaço onde "estão os criminosos considerados os mais perigosos do país". O secretário executivo do Ministério do Esporte, Wadson Ribeiro, lembrou que a implementação do projeto vai ao encontro do que determina a Lei de Execução Penal.
"Atividades motivacionais e de combate à ociosidade de detentos, a exemplo da produção de material esportivo, cumprem determinação da Lei de Execução Penal", ressaltou. A previsão é produzir 200 bolas por mês em Catanduvas. O secretário acredita que vai ser possível formar duas turmas com até 10 alunos cada, uma no período da manhã e a outra à tarde.
Os detentos trabalharão numa área isolada, monitorada pelo sistema de segurança do presídio, e os instrutores ficarão separados por uma grade durante o treinamento. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, ainda não há data definida para a unidade de produção de bolas de Catanduvas começar a funcionar.
Os presídios federais de Campo Grande (MS) e de Mossoró (RN) também vão receber o programa Pintando a Liberdade. Em Mossoró, a implantação está prevista para dezembro deste ano.
Em todo o país, o Pintando a Liberdade beneficia 12,7 mil detentos em presídios estaduais. Eles produzem um total de 1,8 milhão de itens esportivos por ano. Criado em outubro de 1997, o programa também tem o objetivo de suprir a carência de materiais esportivos nas escolas públicas. Toda a produção é destinada aos programas sociais do Ministério do Esporte e às escolas da rede pública.
Atualmente, há 53 unidades de produção em 25 estados e no Distrito Federal. Entre os mais de 700 mil itens produzidos estão bolas de futebol de campo, de salão e de basquete, redes, raquetes de tênis de mesa, bandeiras, mochilas e uniformes. Até o ano passado, o programa atendeu mais de 12 milhões de crianças com artigos esportivos em todo o país.
As informações são da Agência Brasil.