Paraná

Prefeitura e ALL não chegam a acordo

24 out 2001 às 11:21
As obras de construção de uma passagem de nível, no bairro Cajuru, estão provocando conflito entre a Prefeitura de Curitiba e a América Latina Logística (ALL) – que coordena o transporte ferroviário no Paraná. A empresa concordou, ontem, em autorizar o cruzamento na Rua Sebastião Marcos Luiz. Mas a condição é de que a outra passagem, na Rua Amador Bueno, que fica a 600 metros de onde a prefeitura está trabalhando, seja fechada.
Com a exigência da ALL, o impasse continua. De acordo com o supervisor de implantação do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), Edson Seidel, os cruzamentos com a linha férrea tanto da Rua Amador Bueno como José Geosti Sobrinho existem há muito tempo e foram abertas pela própria população. "Não há como fechar essas transposições porque inviabilizaria o tráfego dos ônibus do transporte coletivo", disse.
A ALL alega que a abertura de mais uma passagem para carros no local desrespeita as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que proíbe a existência de mais de um cruzamento em distância menor que 1,5 quilômetro. O aumento do número de passagens de nível, segundo a empresa, aumentaria também os riscos de acidentes.
Para Seidel, a norma da ABNT vale para estradas e não pode ser aplicada no caso de cruzamentos dentro da cidade. "Estamos nos propondo a sinalizar e colocar cancela. A cidade não pode parar", destacou. As obras de urbanização no Cajuru fazem parte do Linhão do Emprego e vão ligar o Terminal de Pinhais (região metropolitana) até o bairro Fazendinha.
A prefeitura pediu autorização à ALL para construir outra passagem de nível na Rua Aderbal Stresser, também no bairro Cajuru. A autorização para essa obra será discutida em reunião hoje entre os técnicos do IPPUC e da ALL.
Para a servente Ivonete Vieira, que mora há 16 anos a cerca de 10 metros da linha do trem, o que importa mesmo é que agora o asfalto irá passar em frente à sua casa."‘Vai ficar mais bonito e trazer mais conforto", disse. Ela, que já teve uma irmã atropelada por um trem, acredita que melhorará a segurança para os moradores que, hoje, precisam atravessar a linha férrea para chegar até um ponto de ônibus.

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