O prefeito Cassio Taniguchi prometeu recuar da proposta de terceirização de 26 das 125 creches públicas de Curitiba, pelo menos, por enquanto. Ele acha que o modelo é bom e, por isso, pretende estudar sua implantação, futuramente, em unidades novas. A decisão foi anunciada ontem pela manhã durante reunião com vereadores da base governista.
O edital de licitação para repassar a administração das creches para iniciativa privada continua suspenso por força de liminar obtida, na segunda-feira, pelo Partido dos Trabalhadores. A assessoria de comunicação da Prefeitura garantiu que, mesmo que se consiga derrubar a liminar, o processo de terceirização será suspenso.
O líder da bancada do PT na Câmara, vereador Tadeu Veneri, afirmou que só vai se convencer da decisão do prefeito, quando a bancada governista for orientada a apresentar um substitutivo proibindo a contratação de empresas privadas para o gerenciamento das creches.
Veneri alega que o adiamento da votação do requerimento pedindo regime de urgência para o projeto de lei proibição da terceirização das creches é mais uma "manobra" do prefeito Cassio Taniguchi para tentar esfriar o movimento liderado pelos pais. O requerimento deveria ter sido votado anteontem, mas o líder governista, Mário Celso Cunha adiou a votação para o dia 27 deste mês. Caso seja aprovado, o projeto só será votado em agosto, em função do período de recesso na Câmara, que vai do dia 1º ao 31 de julho. "O prefeito está tentando ganhar tempo, mas só vai conseguir prorrogar a agonia", declarou.
Ontem, as mães que dependem das creches para deixar seus filhos fizeram nova manifestação contra a terceirização. Elas se reuniram no final tarde no terminal de ônibus do Pinheirinho e partiram em passeata para interromper o trânsito nas vias rápidas sentido bairro e sentido centro.
Segundo Veneri, as mães planejam ainda instalar painéis e todos os terminais de ônibus e ruas da Cidadania para mostrar a população quem são os vereadores favoráveis e contrários à terceirização das creches.