Aproximadamente 15 pessoas aprovadas em um concurso realizado há dois anos e anulado pela Prefeitura de Indianópolis (65 km a nordeste de Umuarama) recorreram à Justiça para serem reintegrados aos cargos. Demitidos após a anulação, a maioria dos funcionários já obteve sentença judicial favorável e recuperou o emprego. Outro concurso, realizado mês passado, também acabou anulado por causa de várias denúncias de irregularidades e pedidos de revisão das provas.
Segundo o advogado Lauri Trentini, de Paranavaí, que defende nove funcionários dispensados, o prefeito José Leopoldo Binder (PFL) não poderia anular o concurso de 2000 porque já havia sido homologado pelo Tribunal de Contas. Além disso, a prefeitura não dispensou todos os contratados. ''Alguns ficaram trabalhando até a realização de novo concurso.''
O concurso realizado mês passado acabou anulado por causa de supostos erros na publicação de documentos e na correção das provas. Seis candidatos que haviam ficado entre os últimos classificados pediram revisão das provas. Uma candidata passou do 27Oº para o primeiro lugar na classificação geral. A candidata, que não quer se identificar, disse que as provas deveriam ter sido corrigidas por computador, mas estavam assinaladas a lápis.
O secretário-geral da prefeitura, Altamiro Resende, disse nesta sexta-feira que a empresa contratada pela prefeitura para realizar o concurso errou na correção das provas de vários candidatos.''O prefeito achou por bem cancelar todo o processo para não prejudicar ninguém e fazer novo concurso'', alega.
Resende disse ainda que Binder consultou o TC sobre as irregularidades do concurso feito na gestão anterior e o órgão teria deixado ao encargo da prefeitura cancelar o processo ou não. ''Os funcionários contratados na época poderiam regularizar a situação deles fazendo o novo concurso'', afirmou.
O município planeja agora fazer um novo concurso para regularizar a situação de todos os servidores e contratar pelo menos mais 30 auxiliares de serviços gerais.