O ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Milton Luiz Pereira faleceu por volta das 2h desta madrugada, poucas horas depois da morte de sua esposa, dona Rizoleta Mary Pereira, ocorrido às 19h de quarta-feira. Milton sofria de câncer no pulmão, e Rizoleta de câncer no cérebro.
Natural de Itatinga (SP), Milton Luiz Pereira era bacharel em Direito pela Universidade Federal do Paraná, tendo concluído cursos de aprimoramento em Direito Constitucional, Civil, Penal, Processual Civil, Comparado e Penitenciário. O ministro atuou como Juiz Federal substituto e titular da 2ª Vara da Seção Judiciária do Paraná, como Juiz do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (1989) e presidente do TRF-3ª Região (1989/1991).
Integrou o STJ desde 23 de abril de 1992 até o dia em que completou 70, nove anos atrás. Em 9 de dezembro, um dia após o Dia da Justiça, ele completaria 80 anos, 35 dos quais dedicados ao Judiciário.
Antes de abraçar a carreira jurídica, o paulista radicado no Paraná integrou o Exército Brasileiro e administrou a cidade de Campo Mourão. Ao final do mandato, pelas realizações administrativas e desenvolvimento social e econômico experimentado, Campo Mourão foi escolhido como o Município Modelo do Paraná. Ao sair do cargo, Milton Luiz Pereira recebeu uma surpresa especial: um Fusca, presente de todos os habitantes da cidade que ele guardou com muito carinho, após restituir o dinheiro do presente.
Sua carreira jurídica começou na 2ª Vara da Seção Judiciária do Paraná, como Juiz Federal Substituto. Em 1972, chegou a titular da 1ª Vara da Seção Judiciária do Paranáe a Diretor do Foro. Integrou o Tribunal Regional Eleitoral paranaense nos biênios 1975/1977 e 1983/1985. Em 1989 passou a compor Tribunal Regional Federal da 3ª Região até chegar ao Tribunal da Cidadania em 1992.
Nos dez anos que integrou o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro compôs a Primeira Turma, a Primeira Seção e a Corte Especial. Em pouco mais de um ano que foi Coordenador-Geral da Justiça Federal e diretor do Centro de Estudos Judiciários (CEJ), cargos que ocupava quando se aposentou, Milton Pereira aprimorou a excelência das ações desenvolvidas pelo Centro de Estudos Judiciários do Conselho, que realiza eventos, como seminários, congressos e cursos na área Jurídica e correlatas.
O CEJ passou a ser à época a única instituição do Poder Judiciário Federal com atribuição específica de desenvolver pesquisas. As pesquisas sobre a Lei dos crimes de lavagem de dinheiro e o Atlas da Justiça Federal são exemplos disso.
O corpo será velado a partir das 14h, no Cemitério Parque Iguaçu, em Curitiba (PR), onde ocorrerá o sepultamento amanhã (17), às 10h.