O banhista que tomar banho próximo das áreas consideradas impróprias pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) pode adquirir doenças de pele e gastrointestinais. O chefe da Divisão sobre Meio ambiente da Secretaria de Saúde, Celso Rubio, está alertando os veranistas, em função do resultado da balneabilidade nas praias divulgado anteontem pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). No boletim, dos 46 pontos medidos pelo instituto, no trecho mais populoso das praias paranaenses, 40 foram considerados impróprios para banho.
Rubio disse que até o momento a Secretaria de Saúde não registrou aumento de pessoas doentes por doenças decorrentes do deságue de esgoto. No entanto, ele admite que os dados sobre aumento de enfermidades demoram pelo menos um mês para chegar à Divisão em Curitiba.
O chefe da Secretaria de Saúde disse que grande parte das doenças é resultado de ação bacteriológica. As mais comuns relacionadas com a emissão de esgoto são a dermatite (doenças de peles), diarréias, conjuntivite, além de outras enfermidades provenientes de pequenos vermes, como o bicho geográfico.
Para Celso Rubio, é preciso que os usuários evitem banhar-se nas áreas onde existem placas alertando sobre a qualidade das águas. O IAP, obedecendo a norma 274 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que estebelece as condições de balneabilidade. Para verificar se a região está contaminada, é preciso que se colha cinco amostras em dias diferentes, mas cada exame em mesmo local e horário.
"A contaminação não fica apenas no mar. Uma parte pode ficar na areia perto dos focos de esgoto, que ficam sujas em função das marés altas", alertou, aconselhando que as famílias evitem esses locais. E é isso que a professora Maria de Oliveira, 47 anos, pretende fazer com o filho. "Não vou deixar entrar na água", disse Maria, que está veraneando em Caiobá. Ela, que vive em Curitiba, entende que a falta de saneamento vai obrigá-la a ir embora do litoral parananese, como medida para não ficar doente.
Mesma decisão deve tomar o empresário João dos Santos Souza, 42 anos. Morador de Campo Mourão (no Centro-Oeste do Estado), ele ficou assustado com o boletim do IAP e decidiu que viajar para outros lugares do Brasil para encontrar um mar onde possa mergulhar.
A melhor definição das condições das praias deu o surfista Marcelo de Andrade Meirelles, 22 anos, morador de Curitiba. "Essas praias poluídas parecem mais uma ordem de despejo para os turistas. Tenho nojo dessa água", disse, apesar de estar saíndo da Praia Brava de Matinhos, recanto dos surfistas.