Paraná

Policiais civis são suspeitos de torturar motorista

06 ago 2013 às 18:45

O Ministério Público do Paraná (MPPR) apresentou na terça-feira (6) um inquérito à Justiça com denúncia de que três policiais civis da cidade de Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba, teriam torturado um homem que foi preso em março de 2013, após ter um distúrbio por ter misturado medicamentos e bebida.

Segundo a promotoria do Gaeco, a vítima era um ex-motorista de ônibus, que estava afastado dos serviços por causa de stress pós-traumático, sofrido em decorrência de assaltos pelos quais ele passou no trabalho. No dia 12 de março, o homem teria ido a um bar e misturou bebida a medicamentos, o que o levou a ter um distúrbio. O ex-motorista provocou confusão e discutiu com pessoas no bar, o que fez a população chamar a Guarda Municipal.


Por causa da situação, os guardas chamaram a Polícia Militar que, naquele momento, informou que não poderia atender o caso, pois estaria com todo o efetivo empregado em outra ocorrência. Com isso, os policiais civis foram chamados e se dirigiram até a casa do homem. Na residência, segundo o MPPR, os policiais teriam espancado o homem na frente da família e de vizinhos.


Os parentes e vizinhos discutiram com os policiais, mas o homem foi levado mesmo assim para a delegacia do município. Ainda de acordo com o MPPR, na delegacia, na frente de três presos, a sessão de tortura teria continuado com vários chutes.


Os familiares foram até o local e pediram para levar o homem para um posto de saúde por causa dos ferimentos. Eles chegaram a pedir ajuda do vice-prefeito de Quatro Barras por causa da situação, segundo o MPPR. No Pronto Socorro Boa Vista, em Curitiba, os médicos constataram que o paciente necessitava ser encaminhado para o setor de urgência do Hospital Evangélicos por causa dos ferimentos.


No hospital, os médicos teriam constatado que os chutes afetaram alguns órgãos do ex-motorista. Em maio, exames foram realizados no hospital e as lesões ainda não haviam desaparecido. Desde março, por causa dos chutes, o homem carrega uma bolsa perto da barriga por onde elimina a urina, após ter lesões na região da bexiga.

Segundo a Promotoria do Gaeco, os policiais permanecem em serviço, mas o órgão aguarda a decisão da Justiça para o afastamento dos suspeitos. (com informações do repórter Rúbens Chueire Jr., da Folha de Londrina)


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