Paraná

Polícia vai investigar vazamento em Campo Largo

02 fev 2001 às 16:04

O delegado Neilor de Lima, da delegacia de proteção ao meio ambiente, ouve segunda-feira, dia 5, depoimento de Sérgio Stam, proprietário do Auto Posto Saguaru, que fica às margens da BR-277, em Campo Largo. Há suspeitas de que o vazamento de óleo que contaminou o rio Verde, provocando a paralisação no fornecimento de água para parte do município de Campo Largo na semana passada, tenha origem no posto.

Sérgio Stam garante que não foi constatado nenhum problema no sistema de tanques do posto na semana passada. "Técnicos dos órgãos de meio ambiente estiveram aqui e a vistoria não registrou nenhum foco de vazamento", explica.


Segundo o proprietário do posto, muitas carretas ficam estacionados no pátio e o óleo pode ser saído de um caminhão tanque. "Mas não há como provar que isso realmente tenha acontecido", afirma. O posto Saguaru está em funcionamento desde 1981 e, segundo seu proprietário, nunca foi registrado vazamento de produto poluente que causasse danos ao meio ambiente. O fornecimento de água no município só foi normalizado na madrugada de ontem pela Sanepar.


A quantidade de óleo diesel que chegou ao rio Verde foi pequena e não chegou a causar danos ambientais de relevância. O abastecimento ficou suspenso por conta do cheiro e gosto que ficaram na água da estação de tratamento de Cercadinho. Cerca de 40 mil habitantes de Campo Largo tiveram o fornecimento de água interrompido durante toda a semana passada.


O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) concluiu os exames laboratoriais do material coletado do rio. Os laudos serão encaminhados à delegacia de proteção ao meio ambiente e anexados ao inquérito. Eles permitirão a definição do tipo de produto poluente, mas não chegam a identificar a origem do vazamento. Nos próximos dias o delegado Neilor de Lima também pretende ouvir depoimentos de moradores da região.

O prazo para a polícia concluir o inquérito é de no mínimo 30 dias. Depois, os resultados das investigações serão enviados à Promotoria do Meio Ambiente, que é responsável por fazer a denúncia dos acusados à justiça. Pela lei de proteção ao meio ambiente, responsáveis por poluição hídrica podem ser condenados a uma pena de reclusão que varia de 1 a 4 anos, além do pagamento de multa. Mas no caso de Campo Largo há o agravante da interrupção do fornecimento de água à população devido a contaminação de mananciais, o que pode aumentar a pena em um ano.


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