Paraná

Polícia Federal vai indiciar superintendente do Ibama

16 mai 2001 às 09:28

A Polícia Federal vai indiciar o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Paraná, Luis Antonio Nunes de Melo, conhecido popularmente como Manaus, por conivência no corte ilegal de palmito na fazenda de propriedade do instituto em Antonina, Litoral do Estado. Paralelamente, a Justiça Federal também investiga o caso. Nove indiciados começam a ser ouvidos hoje. Ontem, dois procuradores do Ibama de Brasília estiveram em Paranaguá para apurar o suposto envolvimento de funcionários do instituto.

Os procuradores José Batista Lima e Ronaldo Loer se reuniram ontem com o delegado da Polícia Federal (PF) de Paranaguá, Ronaldo de Moraes. De acordo com o delegado, eles verificaram o inquérito e se informaram sobre o andamento das investigações. Os procuradores estiveram também nas sedes do Ministério Público, Justiça Federal e Ibama. No início da manhã de ontem, eles participaram de uma reunião na sede do Ibama em Curitiba.


Lima e Loer afirmaram que ainda era cedo para emitir qualquer opinião. "Ainda estamos na fase de coleta de informações. Estamos começando a nos inteirar do assunto", disse Loer. Lima contou que a verificação se concentraria no inquérito da Polícia Federal, documentos internos do Ibama regional e informações publicadas na imprensa. Os dois devem voltar hoje à Brasília, onde vão elaborar um relatório ao presidente do Ibama, Hamilton Casara. Dependendo dos resultados colhidos, eles podem indicar a necessidade da criação de uma comissão interna de investigação. De acordo com a assessoria do Ibama em Brasília, o órgão só se pronuciará quando o relatório dos procuradores estiver pronto.


O delegado da PF afirmou ontem que tem provas para indiciar o superintendente do Ibama, Luis Nunes de Melo. "Tenho provas testemunhais de que ele está envolvido e tinha conhecimento da retirada de palmito", disse Pianowski. Para indiciá-lo, o delegado diz que falta apenas ouvir novamente depoimentos de alguns envolvidos. Melo, que estava ontem em Brasília, reafirmou que não tem nada a temer. "Que houve roubo, houve. Mas juro que não fui eu." Ele disse que quem pediu a formação de uma Comissão de Sindicância através de Brasília foi ele mesmo.


Além de Melo, a PF vai indiciar Jeferson Simões, da empresa de vigilância Sentinela. Até agora, 12 pessoas já foram indiciadas por participação na extração de cerca de 30 mil unidades de palmito da Fazenda Bom Jesus, administrada pelo Ibama, desde setembro do ano passado. Dez pessoas já foram presas e liberadas, entre elas funcionários das empresas Floresta, Tropical Alimentos e Sentinela, responsável pela segurança no local.

Paralelamente à investigação da PF, nove indiciados começam a ser ouvidos hoje na 1ª Vara Federal de Paranaguá. O inquérito da Justiça Federal também apura as responsabilidades pelo crime ambiental. As investigações ainda estão sendo acompanhadas pelo Ministério Público Federal.


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