Curitiba – Doze dos 15 vereadores de Foz do Iguaçu (Oeste do Paraná) foram presos nesta quinta-feira (15), durante a 5ª fase da Operação Pecúlio, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF). A ação, batizada de "Nipoti", apura irregularidades em processos licitatórios de prestação de serviços e realização de obras para a prefeitura, além de desvio de recursos na Câmara Municipal. O nome é uma referência ao substantivo comum de dois gêneros da língua italiana, que significa sobrinhos ou netos.
A FOLHA ligou na sede do Legislativo por volta das 14h30 de hoje, entretanto, foi informada por um porteiro de que os funcionários do prédio, incluindo a assessoria de imprensa, trabalham apenas até as 14 horas. Ao todo, 150 policiais federais cumprem 78 mandados, sendo 20 de prisão preventiva, oito de prisão temporária (válida por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco), 11 de condução coercitiva e 39 de busca e apreensão em residências, locais de trabalho dos investigados e ainda em empresas supostamente ligadas ao grupo criminoso.
Além de Foz, são alvo as cidades de Cascavel, Maringá e Pato Branco, no Paraná, e Recife e Brasília. As ordens judiciais foram expedias pela 3ª Vara da Justiça Federal de Foz, fundamentadas em diversos indícios e colaborações premiadas. Estão detidos o presidente da Casa, Fernando Duso (PT), e os parlamentares: Beni Rodrigues (PSB); Zé Carlos (PMN); Anice Gazzaoui (PTN); Darci "DRM" (PTN); Edílio Dall’Agnol (PSC); Hermógenes de Oliveira (PSC); Luiz Queiroga (DEM); Marino Garcia (PEN); Coquinho (SD); Paulo Rocha (PMDB) e Rudinei Moura (PEN).
De acordo com as investigações, somente em algumas obras de pavimentação, submetidas à perícia pela PF, foram identificados prejuízos de aproximadamente R$ 4,5 milhões. O montante não leva em consideração o "prejuízo potencial em razão da péssima qualidade das obras, o que reduzirá consideravelmente o tempo de vida útil delas", diz trecho de nota da PF.
A primeira etapa da operação Pecúlio foi realizada em 19 de abril. Os principais investigados foram o ex-secretário de Tecnologia da Informação, Melquizedeque da Silva Correia Ferreira Souza, o ex-secretário de Planejamento, Rodrigo Becker, e os empresários Nilton João Beckers e Euclides de Moraes Barros. O então prefeito, Reni Pereira (PSB), foi levado para depor sob condução coercitiva.
Desde então, mais de 20 pessoas já foram presas, incluindo o próprio Pereira, Conforme o MPF, ele seria o comandante da organização. O político chegou a cumprir prisão domiciliar por 106 dias. Com isso, a vice, Ivone Barofaldi (PSDB), assumiu a cadeira do Executivo em 14 de julho. Já no final de outubro, o ex-prefeito foi solto, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve seu impedimento político.
(Atualizada às 15h50)