Cerca de 50 policiais militares encapuzados aderiram ao movimento de mulheres de PMs, em Curitiba. Junto com as mulheres, eles formaram uma espécie de corrente humana em volta do Quartel Geral, centro de Curitiba. A passeata ao Palácio Iguaçu foi cancelada pois as mulheres não queriam deixar os acampamentos. O protesto ficou localizado em frente ao quartel geral.
A promessa dos PMs entitulados "Abandonados pelo Governo" de recolher as viaturas por 24 horas nos quartéis não foi cumprida. "Não houve grande adesão dos PMs porque o governo ordenou que os policias que estivessem de folga hoje ficassem aquartelados ou fizesse hora-extra nos presídios", justificou um PM encapuzado - que temendo represálias - preferiu não se identificar.
Para conter as viaturas, as mulheres ligavam para o Bptran e mentiam que estava ocorrendo um acidente na esquina da Rua Getúlio Vargas com a Alferes Poli. Quando a viatura chegava para atender ao acidente, elas obrigavam os agentes a deixarem o carro caracterizado em frente ao quartel, onde o trânsito está impedido desde segunda-feira em um dos sentidos. "As viaturas vão parar de qualquer jeito, nem que para isso tenhamos que radicalizar", disse Isabel Neves, líder do movimento.
A madrugada de segunda para terça-feira foi tensa no acampamento das mulheres em frente ao Quartel Geral. Uma bomba de efeito moral foi lançada na Avenida Getúlio Vargas, em frente ao acampamento. "Não pudemos dormir a noite toda com medo de sermos retiradas brutalmente daqui.Depois que a bomba foi jogada, ficamos circulando pelo quarteirão. Isso que o governo está fazendo conosco é tortura psicológica", afirmou a mulher de PM, Vania Canassa.
O secretário de Segurança Pública, José Tavares, disse que se depois da passeata até o Palácio Iguaçu, as mulheres não deixassem o acampamento, a Polícia Militar iria retirá-las de lá. "Elas que voltem para as suas casas para cuidar de suas vidas. Se decidirem continuar praticando ações reprováveis, a PM vai agir como em qualquer outro movimento irregular", ameaçou o secretário.
"Vamos ficar aqui com nossas crianças e mulheres grávidas. Não queremos transformar isso aqui em uma praça de guerra. Se usarem de violência para nos retirarem daqui, não vamos reagir. O nosso movimento é pacífico. Só estamos reivindicando os direitos dos nossos maridos", rebateu Roseli Maia (uma das líderes do movimento).