As polícias Civil e Militar do Paraná aproveitaram a solenidade em homenagem a Tiradentes, ontem pela manhã, para restabelecer as boas relações. Anteontem, o delegado da Polícia Civil, Arthur Zanon, questionou em público a atuação da PM e deu a entender que a corporação estava atrapalhando as investigações do assalto à empresa de transporte de valores Proforte, o que provocou mal estar geral entre as duas instituições. Ontem, no palanque, o delegado discursou saudando o trabalho da Polícia Militar.
"O que aconteceu foi apenas um mal entendido, um fato superado que deve ser tido com um episódio do passado", desculpou-se o delegado geral da Polícia Civil, Leonyl Ribeiro. Ele disse ainda que o episódio estreitou a relação entre as duas polícias e que, agora, o entrosamento "é total".
O secretário de Segurança, José Tavares, afirmou que a orientação é de integração total e fortalecimento entre as instituições. "Como há efetivos muito grandes, pode haver pequenos desentendimentos, que também são fruto de uma antiga cultura de divisão entre as polícias", justificou.
Em relação às investigações, o secretário disse que o assalto se transformou num grande desafio para a polícia. "O crime foi quase perfeito mas, durante as investigações, iremos revelar quais foram as falhas da quadrilha", afirmou. No assalto, a quadrilha fez 30 reféns e roubou R$ 6,326 milhões.
A primeira das falhas seria em relação à grande quantidade de armamentos usados e descartados pelo caminho. "Nesta urgência em se desfazer das armas, eles nos deixaram várias pistas e nenhuma delas será descartada", adiantou.
Outra questão que está sendo levada em conta, segundo Tavares, é a estranha coincidência deste ter sido o terceiro crime envolvendo a mesma empresa. É um grande quebra-cabeças, mas toda e qualquer pista será investigada profundamente", disse.
O delegado geral da Polícia Civil também falou sobre a importância extrema de cada pista, mas reclamou da grande quantidade de informações falsas que chegam à polícia e que acabam desviando as atenções "Há pessoas que querem ajudar dando pistas, mas se elas não forem precisas acabam prejudicando as investigações."
Esquivando-se do assunto durante a solenidade de Tiradentes, o comandante geral em exercício da PM, coronel Gilberto Foltran, também falou rapidamente sobre a quantidade de pistas falsas. "Elas não levam a nada", comentou.
A solenidade em comemoração a Tiradentes, patrono das polícias, teve início pouco depois das 9 horas e reuniu dezenas de pessoas na Praça Tiradentes. No palanque estavam alguns dos mais importantes representantes das polícias Civil e Militar. Participaram ainda integrantes do grupo Tigre e de várias delegacias especializadas.