Projeto em votação
Para o piloto paranaense Fernando Murilo de Lima e Silva, houve furo no esquema de segurança da aviação americana no caso do sequestro dos aviões que foram usados na série de atentados nos Estados Unidos. Há 13 anos, o avião que Silva pilotava foi sequestrado por um homem que queria atingir o Palácio do Planalto, em Brasília. Mas o comandante resistiu e conseguiu salvar a tripulação.
Silva, 53 anos, está dando aulas em uma escola de aviação em Curitiba há quatro meses. Ele contou que a aeronave sequestrada era da Vasp e tinha saído de Porto Velho (RO) em direção ao Rio de Janeiro, no dia 29 de setembro de 1988.
O sequestrador, um maranhense com cerca de 30 anos, embarcou na escala feita em Belo Horizonte, quando havia 107 passageiros a bordo. Após 20 minutos, ele começou a forçar a porta da cabine e atingiu com um tiro na orelha o comissário de bordo que tentou impedi-lo. "Ouvi o barulho e passei para a torre em Brasília um código de sequestro, que usamos para avisar a base em situações como essa", contou.
Nessa altura, o sequestrador já tinha arrombado a porta da cabine com cerca de 20 tiros e atingiu a perna de um dos co-pilotos. "Fiquei sob a mira do revólver de um maluco que exigiu que eu mudasse a rota para Brasília. Ele dizia que queria chocar o avião contra o Palácio do Planalto para matar o então presidente José Sarney." Quando o outro co-piloto se abaixou para pegar o microfone para falar com Brasília, o sequestrador voltou a atirar.
O co-piloto foi atingido por um tiro na cabeça e morreu na hora. Silva disse que, mesmo com toda a situação de pânico, conseguiu manter o controle. "Todos os passageiros dependiam de mim naquele momento. Eu tinha que manter o máximo possível de calma."
Ao chegar em Brasília, o comandante enganou o sequestrador dizendo que nuvens impediam enxergar o Palácio do Planalto. Silva conseguiu negociar para que voltassem.
Quando a aeronave estava sobrevoando Goiás, o combustível acabou. "O motor já não estava funcionando e, mesmo assim, ele apontava o revólver e mandava que eu voltasse a Brasília."
Para poder pousar, o comandande fez manobras na aeronave que provocaram o desequilíbrio do sequestrador, que caiu no chão desarmado. O avião pousou no aeroporto de Goiânia.
O comandante ficou quatro horas sob a mira de um revólver no ar e mais duas em terra. "Ele queria reabastecer para seguir viagem e a Força Aérea arrumou outra aeronave." Policiais federais que estavam no outro avião conseguiram prender o sequestrador, que levou um tiro. O comandante também foi atingido na perna.
Silva disse que acompanhou atônito a série de atentados nos EUA. "Acabei me colocando no lugar dos pilotos." Ele calcula que o impacto do choque deve ter sido equivalente a 140 mil toneladas, devido ao peso e a velocidade das aeronaves. A redução a zero da velocidade em curto período de tempo e o tanque cheio de querosene provocaram o impacto de uma explosão atômica.
Ele estranhou que os pilotos não tenham repassado à base o código de sequestro. Silva também disse não entender como até hoje ainda não foi criada uma cabine blindada dentro do avião para evitar esse tipo de ataque.
Silva, 53 anos, está dando aulas em uma escola de aviação em Curitiba há quatro meses. Ele contou que a aeronave sequestrada era da Vasp e tinha saído de Porto Velho (RO) em direção ao Rio de Janeiro, no dia 29 de setembro de 1988.
O sequestrador, um maranhense com cerca de 30 anos, embarcou na escala feita em Belo Horizonte, quando havia 107 passageiros a bordo. Após 20 minutos, ele começou a forçar a porta da cabine e atingiu com um tiro na orelha o comissário de bordo que tentou impedi-lo. "Ouvi o barulho e passei para a torre em Brasília um código de sequestro, que usamos para avisar a base em situações como essa", contou.
Nessa altura, o sequestrador já tinha arrombado a porta da cabine com cerca de 20 tiros e atingiu a perna de um dos co-pilotos. "Fiquei sob a mira do revólver de um maluco que exigiu que eu mudasse a rota para Brasília. Ele dizia que queria chocar o avião contra o Palácio do Planalto para matar o então presidente José Sarney." Quando o outro co-piloto se abaixou para pegar o microfone para falar com Brasília, o sequestrador voltou a atirar.
O co-piloto foi atingido por um tiro na cabeça e morreu na hora. Silva disse que, mesmo com toda a situação de pânico, conseguiu manter o controle. "Todos os passageiros dependiam de mim naquele momento. Eu tinha que manter o máximo possível de calma."
Ao chegar em Brasília, o comandante enganou o sequestrador dizendo que nuvens impediam enxergar o Palácio do Planalto. Silva conseguiu negociar para que voltassem.
Quando a aeronave estava sobrevoando Goiás, o combustível acabou. "O motor já não estava funcionando e, mesmo assim, ele apontava o revólver e mandava que eu voltasse a Brasília."
Para poder pousar, o comandande fez manobras na aeronave que provocaram o desequilíbrio do sequestrador, que caiu no chão desarmado. O avião pousou no aeroporto de Goiânia.
O comandante ficou quatro horas sob a mira de um revólver no ar e mais duas em terra. "Ele queria reabastecer para seguir viagem e a Força Aérea arrumou outra aeronave." Policiais federais que estavam no outro avião conseguiram prender o sequestrador, que levou um tiro. O comandante também foi atingido na perna.
Silva disse que acompanhou atônito a série de atentados nos EUA. "Acabei me colocando no lugar dos pilotos." Ele calcula que o impacto do choque deve ter sido equivalente a 140 mil toneladas, devido ao peso e a velocidade das aeronaves. A redução a zero da velocidade em curto período de tempo e o tanque cheio de querosene provocaram o impacto de uma explosão atômica.
Ele estranhou que os pilotos não tenham repassado à base o código de sequestro. Silva também disse não entender como até hoje ainda não foi criada uma cabine blindada dentro do avião para evitar esse tipo de ataque.