A Petrobras admitiu ontem que 48 mil litros de óleo já foram retirados dos rios atingidos pelo vazamento de um duto na Serra do Mar. Trabalho de limpeza deve terminar terça-feira e quantidade exata do vazamento será divulgada hoje.
O volume é pelo menos 40 vezes maior do que os 1,2 mil litros divulgados inicialmente pela empresa. A equipe de reportagem da Folha percorreu de barco os rios Sagrado, das Neves e Nhundiaquara, acompanhando uma equipe de especialistas em meio ambiente, e constatou que ainda existe um grande volume de óleo nos rios e muitos peixes mortos.
O Secretário estadual do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto, suspenderá a audiência pública marcada para março com a direção da Petrobras. A empresa apresentaria estudos de impacto ambiental para obter permissão para a construção de uma termoelétrica a óleo em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba. Andreguetto sobrevoou a área do acidente ontem e detectou falhas nas barreiras montadas pela Petrobrás para a contenção do óleo. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) já determinou maior eficiência na absorção do óleo.
Histórico
Em apenas um ano, a Petrobras foi responsável pelo vazamento de cerca de 5,9 milhões de litros de material poluente no Brasil. Os 19 acidentes registrados em 2000 despejaram nos rios e no Oceano Atlântico substâncias como petróleo, gasolina, álcool e óleo. Os dados são do relatório da Comissão Mista formada pelo Crea para investigar os acidentes envolvendo a empresa no Paraná.
O ano passado começou com o vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo na Baía da Guanabara. No Paraná, foi registrado o maior acidente da Petrobras. Em julho, 4 milhões de litros de petróleo foram derramados nos rios Iguaçu e Barigui, devido ao rompimento de uma junta na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba.