Um grupo de sanitaristas, pesquisadores e epidemiologistas do Centro de Zoonoses e do Centro Nacional de Epidemiologia, ambos de Brasília, e do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, começa nesta segunda-feira uma nova etapa no combate à hantavirose, doença transmitida por um rato e que matou duas pessoas e deixou outras sete infectadas na região de Bituruna (a 71 quilômetros a oeste de União da Vitória).
O objetivo do grupo, que ficará aproximadamente duas semanas nos municípios de Bituruna, General Carneiro e Cruz Machado é colher amostras dos ratos para identificar a espécie transmissora, analisar o tempo de contaminação e a sua extensão.
"Apesar das primeiras ações preventivas estarem funcionando precisamos avançar mais nas pesquisas", afirmou Margarete Olivo, coordenadora da 6º Regional de Saúde, em União da Vitória e responsável pelo treinamento dos agentes que atuam no local.
Além dos casos que foram identificados existem mais cinco suspeitos em Guarapuava, e um em Bituruna. Na última semana Renilson Wiurka, 18 anos, residente em Guarapuava esteve internado no Hospital Santa Tereza com hantavirose. Segundo o médico Humberto Pellegrini Maia que o tratou, Renilson ficou uma semana hospitalizado, mas agora está melhor. "Estamos aguardando os resultados dos exames confirmatórios", disse o médico.
O exame de Renilson foi encaminhado para análise no Instituto Adolfo Lutz juntamente com outras 141 amostras de sangue de suspeitos que foram levadas para o instituto. "Ainda não há previsão de quando mandarão os resultados finais", disse Humberto.
Em uma primeira versão dos resultados dos exames foram identificadas 25 pessoas contaminadas. Segundo técnicos da saúde, isso não significa que elas corram risco de vidas. A hantavirose é uma doença emergente causada por um vírus que existe na urina, fezes e saliva de ratos silvestres. A transmissão se dá pelo contato das fezes e urina desses ratos, principalmente em locais fechados.
Segundo dados do Ministério da Saúde, no sul do País 44% das pessoas contaminadas morrem. A falta de higiene encontrada nos acampamentos de trabalhadores que atuavam no corte de árvores foi considerada uma dos principais motivos para a expansão da doença.