Um dos números apontados pelo Ipardes no Mapa da Pobreza, que melhor revela a crítica situação do trabalhor paranaense já em 97, é que mais de 61% dos municípios do Estado, na área urbana, tinham elevada proporção de domicílios, cujo chefe tinha rendimento inferior a dois salários mínimos e 1º grau incompleto. Isto é, mais de 67% dos chefes de família desses municípios tinham renda de até dois salários e 80% deles não tinham o 1º grau completo.
No meio rural, o percentual de municípios nessas mesmas condições se eleva para 74%, onde mais de 80% dos chefes de família ganhavam menos que dois salários mínimos e mais de 93% deles não conseguiram concluir o 1º grau. O salário-mínimo, em 1991 (ano-base utilizado no estudo), convertido para a moeda atual, era de R$ 173,00. Há que se considerar, no entanto, que a inflação na época era bastante elevada.
Outras variáveis avaliadas na pesquisa do Ipardes foram as condições de educação (abandono e repetência) e de saúde (mortalidade infantil e mortalidade infantil por doenças infecciosas intestinais). Quanto a educação, o estudo revelou que 68% dos municípios encontravam-se nas posições crítica e menos crítica, com indicadores próximos a média do Estado. Entretanto, 64 municípios - a maioria dependentes do FPM - estavam muito abaixo dessa média. As taxas de repetência de 1ª a 4ª sériesestavam acima de 22% e as de abandono acima de 13%.
Os números da saúde no Estado mostraram que 67% dos municípios tinham condições críticas e menos críticas. Muito abaixo da média estadual, estavam 45 municípios onde o coeficiente de mortalidade infantil era superior a 48,72 (número de mortes para cada mil crianças entre 0 e 1 ano). Nessas cidades, a proporção de mortes por doenças infecciosas intestinais era superior a 28%, o que correspondia ao dobro da média nacional entre 89 e 92.