Pescadores que trabalham na Baía de Guaraqueçaba também querem receber cestas básicas da Petrobras. Cerca de 600 famílias reclamam que estão sendo atingidas pela proibição de pesca, determinada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) depois do acidente do navio Norma, no dia 18. Porém, a Petrobras condiciona a distribuição de cestas a um novo estudo do Ibama, que demonstre que esses pescadores realmente estão sendo atingidos pela proibição.
De acordo com o secretário da Colônia de Pescadores Z-1 de Paranaguá, Luciano Manoel Ferreira, os pescadores de Guaraqueçaba não estão conseguindo vender o que pescam. Mesmo estando fora da área vetada pelo Ibama - que abrange as baías de Paranaguá e Antonina -, esses trabalhadores não conseguem encontrar compradores.
"O mercado de peixe em Paranaguá, onde todo mundo vende os produtos, não está comprando", disse Ferreira, que também é pescador. Por dia, o secretário da colônia de pescadores estima que cada família deixe de ganhar entre R$ 45,00 a R$ 60,00.
Procurada pela Folha, a assessoria da Transpetro (subsidiária da Petrobras, responsável pelo terminal de carga em Paranaguá) disse que a empresa apenas está comprando o número de cestas recomendada pelo Ibama. No escritório do instituto, o gerente geral Nilton Melquíades estaria analisando o problema. Nesta quinta-feira, ele estava reunido para reavaliar o prazo de proibição da pesca e coleta de mariscos e ostras.
O coordenador da Defesa Civil, coronel Luiz Antonio Borges Vieira, disse que o órgão já distribuiu 1,3 mil cestas básicas para os pescadores das regiões afetadas. Vieira disse que a Defesa Civil também realizaria mesmo serviço em Guaraqueçaba se a Petrobras liberar mais alimentos.