Paraná

Pequenas empresas se unem em pólos produtivos no PR

28 ago 2004 às 01:54
Cooperar para crescer e dividir para ganhar resumem a filosofia do Arranjo Produtivo Local (APL) que é a nova esperança do empresariado nas pequenas e médias cidades brasileiras. Na prática, o APL é identificado e não criado. Ele constitui um aglomerado de empresas, localizadas num mesmo território, apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais como, por exemplo, governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.
O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) encontrou 20 APLs no Estado dos quais quatro iniciaram sua organização (Apucarana, Arapongas, Cianorte e União da Vitória). Segundo Osmar Dalquano, consultor do Sebrae em Arapongas (37 km a oeste de Londrina), uma característica forte do APL é sua importância econômica no município onde está instalado. ‘Normalmente, ele funciona bem nas pequenas e médias cidades porque nos grandes centros a atividade produtiva é muito diversificada’, acrescentou.
A intenção é que os empresários descubram suas necessidades e, com apoio do governo e institutos de ensino e pesquisa, consigam superá-las a ponto de competir com inovação tecnológica. Um dos primeiros passos, é formar um comitê gestor que encabeçará as ações do grupo a partir de um plano estratégico. Até o momento, Apucarana e Cianorte possuem os APLs mais desenvolvidos. A primeira, conhecida como a Capital Nacional do Boné, prepara um seminário para setembro onde apresentará à comunidade 13 projetos prioritários. De acordo com Jerson Cavalieri, fabricante de bonés há três anos, a maioria dos empresários está receosa em dividir seu conhecimento com a concorrência porque ainda não perceberam que ela será fundamental na ampliação dos horizontes. ‘Mudar a mentalidade das pessoas não será fácil, mas acredito que o surgimento do APL é um caminho sem volta’, disse.
Em Apucarana, existem 200 empresas do segmento que produzem de três a cinco milhões de bonés por mês e geram três mil empregos diretos. Praticamente, metade da população economicamente ativa da cidade vive em função desse acessório que, hoje, também é fashion. ‘Meu objetivo é investir cada vez mais em pesquisa e desenvolvimento para poder crescer’, finalizou Cavalieri, que antes de ser empresário foi gerente de banco por mais de 20 anos.

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