O anúncio de criação do Conselho de Usuários do Pedágio, que deverá fiscalizar as contas e obras das rodovias do Anel de Integração, foi recebida com ressalvas pelas entidades de classes que estão se mobilizando contra o reajuste das tarifas. O governo do estado anunciou a implantação para esta semana. No entanto, o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Paraná (Setcepar), Rui Cichella, disse que é preciso estabelecer uma data fechada. "Seria interessante que o conselho entrasse em vigor antes do anúncio do pedágio, até como forma do governo ter o entendimento com a sociedade", complementou o presidente da Associação dos Usuários de Rodovias, Paulo Muniz.
Muniz considerou positivo este primeiro passo do governo estadual em direção ao diálogo. "Há oito meses, o governo tinha se comprometido a criar o conselho e o assunto foi empurrado com a barriga. Por isso, a notícia de agora traz um alento, mas, ainda assim, a mobilização das entidades permanece", avisou o presidente da Associação dos Usuários.
Para Rui Cichella, do Setcepar, é importante que o governo abra espaço para o diálogo antes do reajuste. Para ele, é preciso que a sociedade tenha noção do que está imbutido no atual cálculo do reajuste. As entidades questionam que na definição das tarifas não entram os lucros com a exploração da faixa de domínio, onde estão os cabos de fibra óticas e de eletricidade, os dutos de gás e as placas de publicidades. Tudo o que está nessa faixa paga "pedágio" para as concessionárias.
"O reajuste pode acontecer, mas tem que ser feito dentro da inflação de março a dezembro", afirmou Paulo Muniz. Extraoficialmente, o governo do EStado estaria trabalhando com índices de 13 a 18%.