O governo do Estado volta a discutir o reajuste das tarifas, em busca de uma definição. Hoje, os secretários Alex Beltrão, da Coordenadoria de Infra-estrutura e Logística, e Wilson Justus Soares, interino da pasta de Transportes, estarão avaliando as planilhas para estabelecer o índice. Também vão discutir a composição do Conselho dos Usuários de Rodovias, promessa do governador Jaime Lerner (PFL). Somente depois dessas decisões é que Lerner vai estabelecer o índice de aumento das tarifas, conforme a cancela, bem como a data para que preços serão elevados. Por causa dessas variáveis, cogitou-se ontem que o reajuste das tarifas pode ser apresentado apenas na próxima semana, o que não está confirmado.
Para o governo, condicionar o aumento a essas decisões é uma estratégia para minimizar o impacto de um aumento de preços junto à opinião pública. O Conselho dos Usuários de Rodovias seria apresentado no mesmo dia da divulgação do índice de reajuste. Essa medida tenta agradar as entidades de classes, que vem reclamando abertamente contra qualquer elevação de preços. Atualmente, os sindicatos das empresas transportadoras de cargas (Setcepar), das cooperativas (Ocepar), dos caminhoneiros (Sindicam) e a federação da Agricultura (FAEP) não querem qualquer aumento.
No entanto, a estratégia pode sair pela culatra. Ontem, o secretário da Comunicação, Rafael Greca (PFL), disse que os novos integrantes do conselho não poderão interferir no atual reajuste. "Não vai haver tempo", frisou Greca.
Outro ponto negativo da estratégia do governo é o índice com que o governo trabalha o reajuste. Extraoficialmente, cogita-se entre os patamares de 13% a 18%. Para os empresários e caminhoneiros, um aumento não deve ficar acima da inflação acumulada de abril a dezembro deste ano. No entanto, o cálculo do DER leva em conta a inflação acumulada em 18 meses, que seria medida desde de junho do ano passado.
O secretário de Comunicação disse que o governador Jaime Lerner não vai reajustar as tarifas apressadamente. "É como as tarifas do transporte coletivo, não se analisa apenas planilhas de custo, mas também os benefícios gerados pelas empresas, como a redução de mortes", disse.