O secretário de Estado da Saúde, Armando Raggio, não quis comentar os resultados do ranking feito pelo centro de epidemiologia da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e divulgados ontem. Segundo a pesquisa, o Paraná estaria em sétimo lugar em controle de doenças endêmicas, com nota regular para o sistema de vigilância epidemiológica. Na maioria dos itens analisados na pesquisa a nota do Paraná foi uma das menores. "Não conheço os critérios usados nessa pesquisa, mas sei que a Funasa não discutiu nada com os Secretários Estaduais."
Segundo Raggio, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde está preparando um documento de repúdio à pesquisa da Funasa. "O presidente do órgão terá que explicar essa atitude ao Conselho de Secretários de Saúde sobre essa tentativa de avaliação do Estados que é insuficiente", afirmou.
O secretário lembrou que o Paraná tem o melhor sistema de controle de raiva urbana do País e não apresentou epidemia de sarampo no ano passado, como aconteceu em outros Estados. "Isso tudo não foi considerado pelo ranking da Funasa, nem mesmo o laboratório de pesquisas em saúde humana que está sendo inaugurado hoje (ontem) em parceria entre a Fundação Osvaldo Cruz e o Tecpar."
A o risco de endemia em algumas regiões do Paraná de dengue, registrado ano passado, também aconteceu em outros Estados, de acordo com Raggio. Mas o secretário garante que há um controle efetivo da doença pelo sistema de monitoramento epidemiológico da doença.
Recentemente, 30 municípios do Alto Ivaí, no Norte do Estado, apresentaram riscos de endemia de dengue em função do crescimento da população do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. "Houve dois casos nessa região, um em Bom Sucesso e outro em Apucarana, em ambos a doença foi importada de outros Estados, o que mostra a qualidade do nosso sistema de monitoramento dessa doença." Especialistas afirmam que existe uma tendência de crescimento dos riscos de endemia de dengue em vários Estados brasileiros a partir do verão de 2002.